Sábado – Pense por si

Gouveia e Melo recusa "ideia ridícula" de que o seu futuro depende do reforço de meios da Marinha

Lusa 04 de outubro de 2024 às 13:09
As mais lidas

"Primeiro, os militares não fazem chantagem com o poder político. Pelo contrário, o poder político é que manda nos militares", garantiu o almirante.

O almirante Gouveia e Melo, chefe do Estado-Maior da Armada, considerou hoje ridícula a ideia de que condicionaria a decisão sobre a sua continuidade no cargo ao reforço de meios da Marinha, rejeitando ter feito qualquer exigência.

Tiago Sousa Dias

"É uma ideia um bocado ridícula. Primeiro, os militares não fazem chantagem com o poder político. Pelo contrário, o poder político é que manda nos militares", afirmou, em declarações aos jornalistas, em Lesbos, Grécia.

O Expresso escreve hoje, sem citar fontes, que o Presidente da República gostava de reconduzir o almirante Gouveia e Melo por mais dois anos no cargo de chefe do Estado-Maior da Armada (CEMA) --- para lhe travar uma candidatura presidencial.

Contudo, acrescenta o jornal, "o militar, que continua a liderar as sondagens para Belém, só aceitará ficar à frente da Marinha se tiver garantias de que o Governo vai aumentar o investimento de forma significativa na força naval portuguesa".

Questionado pelos jornalistas se a sua disponibilidade para ficar mais dois anos como CEMA -- o mandato termina em Dezembro -- depende do reforço de meios da Marinha, Gouveia e Melo recusou: "Não, é não, é não".

Instado a responder sobre se um eventual reforço de meios condicionaria uma decisão sobre o seu futuro, nomeadamente uma candidatura presidencial, Gouveia e Melo insistiu que não.

"Não, o meu futuro está condicionado pela minha cabeça, pelo que eu acho que devo fazer e como devo contribuir para a sociedade portuguesa", acrescentou.

Gouveia e Melo escusou-se a clarificar se tenciona ou não apresentar uma candidatura às eleições presidenciais, sublinhando que os militares no ativo devem separar essas funções "de qualquer especulação sobre um futuro que ninguém sabe o que vai ser e é um futuro incerto".

Ainda questionado sobre as sondagens que o colocam bem posicionado numa corrida presidencial, Gouveia e Melo disse que não se orienta por sondagens porque "qualquer pessoa que se oriente pelas sondagens pode ter surpresas".

"A decisão está na minha cabeça. Essa decisão não é revelada porque não tenho que revelar. Não alimento estados de espírito nem especulação", disse Gouveia e Melo, que se encontra em Lesbos, Grécia, a acompanhar a visita do ministro da Defesa Nacional, à missão da Polícia Marítima na missão da força europeia de controlo de fronteiras, Frontex.

O almirante Henrique Gouveia e Melo, 63 anos, tomou posse como chefe do Estado-Maior da Armada em 27 de dezembro de 2021 e termina o seu mandato de três anos em dezembro de 2024. Os mandatos dos chefes militares podem ser prorrogáveis por dois anos.

Artigos Relacionados

Férias no Alentejo

Trazemos-lhe um guia para aproveitar o melhor do Alentejo litoral. E ainda: um negócio fraudulento com vistos gold que envolveu 10 milhões de euros e uma entrevista ao filósofo José Gil.

Cuidados intensivos

Loucuras de Verão

Até porque os primeiros impulsos enganam. Que o diga o New York Times, obrigado a fazer uma correcção à foto de uma criança subnutrida nos braços da sua mãe. O nome é Mohammed Zakaria al-Mutawaq e, segundo a errata do jornal, nasceu com problemas neurológicos e musculares.