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Dylan "nunca" pensou juntar-se a nomes como Camus ou Hemingway

11 de dezembro de 2016 às 08:53
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"Se alguém me tivesse dito que eu tinha uma hipótese de ganhar o Prémio Nobel, eu teria pensado que as minhas oportunidades eram tão grandes como estar na lua", escreveu Dylan no seu discurso de agradecimento à Academia Sueca pelo Nobel da Literatura

"Se alguém me tivesse dito que eu tinha uma hipótese de ganhar o Prémio Nobel, eu teria pensado que as minhas oportunidades eram tão grandes como estar na lua", escreveu Bob Dylan, o primeiro cantautor a receber a distinção. Apesar de não ter comparecido, o músico norte-americano enviou um discurso que acabou por ser lido pela embaixadora dos Estados Unidos no banquete da cerimónia de entrega dos Prémios Nobel. Esta foi a primeira vez que o músico agradeceu formalmente à Academia Sueca por o ter premiado com o Nobel da Literatura.

"Desde muito novo que estou familiarizado e leio todos os trabalhos de todos os que tiveram o privilégio de receber tal distinção: Kipling, Shaw, Thomas Mann, Pearl Buck, Albert Camus, Hemingway. Estes gigantes da literatura cujas obras são ensinadas nas salas de aula, guardadas em bibliotecas por todo o mundo e sempre referidas num tom reverencial sempre me causaram uma marca profunda. Que eu agora faça parte dos nomes dessa lista é inexplicável por palavras."

"Nenhuma vez tive tempo de perguntar a mim mesmo, ‘Serão as minhas músicas literatura?'", disse Dylan, confessando que juntar-se a nomes como Thomas Mann, Albert Camus ou Ernest Hemingway, entre outros, "está além das palavras". E, dirigindo-se à Academia Sueca, agradeceu por "dedicar tempo a considerar essa pergunta" e, em última análise, "por dar uma resposta tão maravilhosa".

Bob Dylan justificou a ausência na cerimónia de entrega dos prémios com "outros compromissos", mas, no discurso, lamentou não estar em Estocolmo. Ainda assim, disse estar no local "em espírito" e "honrado" com o prémio.