Manifestantes exigiam o dinheiro investido em papel comercial no Banco Espírito Santo
Mais de uma centena de pessoas invadiram esta quinta-feira as instalações do Novo Banco em Viseu, reclamando os seus direitos e exigindo o dinheiro investido em papel comercial no Banco Espírito Santo (BES).
Ao som de vários apitos, mais de cem de pessoas entraram por volta das 12:00 nas instalações da instituição, empunhando cartazes onde se podia ler "Estamos de luto, enterramos a confiança nos bancos" ou "Novo Bando: não nos poupamos a roubar quem poupa". Com um altifalante foram ecoando palavras de ordem e gritando "Queremos o nosso dinheiro".
"Ladrões, gatunos e aldrabões" foram das palavras mais repetidas pelos lesados, que reclamam o resgate das poupanças de uma vida, investidas em papel comercial do Grupo Espírito Santo (GES), adquirido nos balcões do BES.
"O banco é nosso. Enquanto não nos pagarem o que é nosso temos o direito de o ocupar", defenderam.
Entre os lesados contava-se o viseense Francisco Matos, de 76 anos, que diz ter perdido centenas de milhares de euros, que amealhou ao longo de uma vida de trabalho, em que sábados, domingos e feriados não eram vistos como dias de descanso.
"Estive 15 anos em Angola e deixei lá tudo. Vim para Portugal e comecei do zero: foram anos de muito sacrifício e agora estes 'caras de pau' tiraram-me as economias", lamentou.
Durante cerca de 45 minutos os manifestantes permanecerem na dependência bancária, para depois manterem o protesto à entrada, onde ainda se mantêm, ocupando a estrada que passa por detrás da Câmara Municipal de Viseu.
O líder da Associação dos Indignados e Enganados do Papel Comercial, Ricardo Ângelo, revelou aos jornalistas que estimam que tenham sido investidos cerca de 500 milhões de euros em papel comercial, sendo afectadas 2.500 famílias.
Ricardo Ângelo avançou ainda que no próximo dia 21 de Março terá lugar uma manifestação em frente à casa do governador do Banco de Portugal, Carlos Costa.
A 3 de Agosto de 2014, o Banco de Portugal tomou o controlo do BES, após a apresentação de prejuízos semestrais de 3,6 mil milhões de euros, e anunciou a separação da instituição em duas entidades: o chamado banco mau (um veículo que mantém o nome BES e que concentra os activos e passivos tóxicos do BES, assim como os accionistas) e o banco de transição que foi designado Novo Banco.
Depois de terem invadido as instalações do Novo Banco, várias dezenas de pessoas invadiram esta quinta-feira as instalações do Millenium BCP e do Montepio de Viseu.
"O Millenium BCP e o Montepio ficaram com 80 milhões de euros da nossa provisão, com a conivência de Carlos Costa [governador do Banco de Portugal], permitindo que Ricardo Salgado roubasse parte do dinheiro que era para nos pagar", justificou o líder da Associação dos Indignados e Enganados do Papel Comercial, Ricardo Ângelo.
A invasão no Millenium BCP ocorreu por volta das 13:25, onde permaneceram poucos minutos, para depois entrarem também no Montepio.
Momentos antes, dezenas de pessoas lesadas tentaram também, sem sucesso, invadir a delegação do Banco de Portugal em Viseu, em pleno coração da cidade. A entrada no Banco de Portugal, em Viseu, foi impedida pela PSP.
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