Secções
Entrar

Portugueses entre os mais alarmados com impacto da guerra no custo de vida

15 de junho de 2022 às 21:26

Em Portugal, Itália e França, as pessoas são as mais preocupadas com o impacto da guerra no custo de vida e nos preços de energia.

Os portugueses são dos europeus mais preocupados com o impacto da guerra na Ucrânia no custo de vida, segundo uma sondagem do Conselho Europeu para as Relações Exteriores (ECFR), que aponta riscos na unidade europeia sobre a questão ucraniana.

Nos 10 países europeus estudados, o ECFR identificou que a unidade da Europa sobre o conflito russo-ucraniano está em risco à medida que a atenção do público muda para as preocupações com o custo de vida, e que apesar de o apoio à Ucrânia permanecer alto, as preocupações mudaram a nível local.

Por exemplo, em Portugal, Itália e França, as pessoas são as mais preocupadas com o impacto da guerra no custo de vida e nos preços de energia. Em contraste, Suécia, Polónia e Roménia, são os menos preocupados com essa questão.

Por seu turno, suecos, finlandeses e franceses estão mais preocupados com a ameaça de ataques cibernéticos russos do que os outros cidadãos europeus.

Já os países localizados mais próximos da Rússia -- Finlândia, Polónia, Roménia e Suécia -- estão preocupados com uma possível ameaça de ação militar russa.

Segundo o ECFR, as opiniões dos europeus sobre as causas da invasão russa variam.

Por exemplo, mais de 80% das pessoas na Polónia, Suécia, Finlândia, Portugal e Reino Unido dizem que a Rússia é a principal responsável pelo início do conflito, contrastando com apenas 56% em Itália, 62% em França e 66% na Alemanha.

Sobre a questão de quem representa o maior obstáculo à paz, 64% das pessoas em todos países dizem ser a Rússia -- mas apenas 39% em Itália e 42% na Roménia concordam.

Em Itália, mais de um quarto dos inquiridos (28%) diz que os Estados Unidos são os culpados, contra 9% nos outros nove países sondados.

A análise refere ainda que os defensores da paz já são o maior grupo entre os europeus e deverão aumentar se crescer o sentimento de que as sanções económicas contra a Rússia não estão a ter resultado.

As próximas semanas vão ser críticas e os dados mostram que deve ser possível manter a Europa unida com as menagens políticas certas, de acordo com o ECFR.

A sondagem sugere também que a rutura da Europa com a Rússia é irreversível, pelo menos no curto e médio prazo. Os europeus parecem estar a olhar para um mundo em que a Europa se dissocia inteiramente da Rússia.

Também são expostas possíveis divisões sobre os refugiados, a adesão da Ucrânia à UE, o impacto nos padrões de vida e a ameaça de escalada militar.

Para o ECFR, a chave para manter a unidade europeia em apoio à Ucrânia é levar a sério os receios de uma escalada e apresentar o conflito como uma luta defensiva contra a agressão russa, em vez de falar sobre a vitória ucraniana e a derrota da Rússia.

A investigação alerta ainda que o "sinal mais preocupante" será como a maioria dos europeus vê a UE com um grande perdedor na guerra, em vez de interpretar a sua relativa unidade como um sinal de robustecimento.

Com cerca de 8 mil inquiridos, a sondagem foi feita em nove Estados-membros da União Europeia (UE) -- Portugal, França, Espanha, Roménia, Suécia, Finlândia, Alemanha, Itália e Polónia -- e no Reino Unido.

Descubra as
Edições do Dia
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui , para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana.
Boas leituras!
Artigos recomendados
As mais lidas
Exclusivo

Operação Influencer. Os segredos escondidos na pen 19

TextoCarlos Rodrigues Lima
FotosCarlos Rodrigues Lima
Portugal

Assim se fez (e desfez) o tribunal mais poderoso do País

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela
Portugal

O estranho caso da escuta, do bruxo Demba e do juiz vingativo

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela