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NATO: Turquia voltará a vetar adesão sueca e finlandesa se não houver extradições

30 de junho de 2022 às 16:56

Erdogan afirma que "as promessas têm de ser cumpridas" e que só cumprirá com o acordo caso os países aceitem extraditar para a Turquia pessoas ligadas a grupos turcos que Ancara considera serem terroristas.

O Presidente turco disse esta quinta-feira que voltará a vetar a adesão da Suécia e da Finlândia à NATO se não for cumprido o memorando que prevê a extradição de dezenas de pessoas para a Turquia.

Recep Tayyip Erdogan disse que "as promessas têm de ser cumpridas" e que a Turquia vai cumprir aquelas que assumiu no memorando de entendimento que assinou com a Finlândia e com Suécia, na terça-feira, na sequência do qual retirou o veto à entrada dos dois países nórdicos na Organização do tratado do Atlântico Norte (NATO).

Questionado sobre se reporia o bloqueio à adesão da Suécia e da Finlândia se estes países não extraditarem para a Turquia pessoas ligadas a grupos turcos que Ancara considera serem terroristas, Erdogan respondeu que "é claro" e que isso significa atuar "em conformidade" com o que está no memorando.

O Presidente turco, perante reiteradas perguntas de jornalistas sobre esta questão, insistiu em que só enviará a ratificação da adesão da Suécia e da Finlândia ao parlamento se Estocolmo e Helsínquia cumprirem o acordo. O memorando, afirmou, "é só um começo" e a sua execução vai ser agora acompanhada.

Erdogan congratulou-se com os resultados da cimeira que terminou esta quinta-feira em Madrid, que considerou uma "das mais históricas" da NATO, e destacou o que ficou estabelecido nos documentos aprovados nestes dias em Madrid, como o novo Conceito Estratégico da organização, em relação à ameaça terrorista.

No conceito estratégico de Madrid, os aliados referem que as ameaças que a NATO enfrenta "são globais e interligadas" e destacam o terrorismo, "em todas as suas formas e manifestações", como a "ameaça assimétrica mais direta" para a segurança e a paz, comprometendo-se a combatê-lo em todas as suas formas.

Erdogan disse que esta declaração "não deve ficar só no papel" e deve haver "solidariedade total" no seio da NATO na luta contra o terrorismo. Outras das decisões tomadas em Madrid foi o de desbloquear novo pacote de apoio integral à Ucrânia.

Erdogan sublinhou que o apoio à Ucrânia neste encontro foi "a 100% e completo", mas defendeu ser preciso "intensificar a diplomacia". "Temos de intensificar os esforços diplomáticos com vista a um cessar-fogo duradouro na Ucrânia", afirmou, sublinhando que para a Turquia não haverá "perdedores com a paz".

Erdogan lembrou que desde o início do ataque russo à Ucrânia, em 24 fevereiro, tem mantido contactos com Kiev e com Moscovo e acrescentou que vai voltar a tentar nova ronda de negociações nos próximos dias, com o objetivo de retirar cereais bloqueados nos portos ucranianos, para os exportar para outros pontos do mundo.

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