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Caravana à boleia do défice. E com Costa presente

22 de setembro de 2017 às 22:05

Primeiro-ministro entrou ao final da tarde desta sexta-feira na campanha autárquica, com presenças em Lisboa e Setúbal


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Foto: Luis Guerreiro
Foto: HUGO DELGADO/LUSA
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Foto: ANTÓNIO PEDRO SANTOS/LUSA

A caravana autárquica dos líderes andou esta sexta-feira de Norte a Sul, com discursos centrados nos números do défice e com PCP e BE a dizerem o que aceitam, ou não, no descongelamento das carreiras na função pública.

Um dia depois de o Governo ter admitido que o descongelamento pode demorar anos e será gradual, os parceiros à esquerda do Governo minoritário do PS deram sinais diferentes numa fase em que decorrem as conversações com o executivo sobre o próximo Orçamento do Estado para 2018.

Jerónimo de Sousa, secretário-geral do PCP, de passagem pelo Alentejo, não impôs prazos, desejando até "um bom começo" no processo, mantendo as reivindicações dos comunistas.

"Não colocando o 'tudo ou nada', mas tem de haver uma evolução já em 2018 dessa questão. Não quantificamos, não calendarizamos", disse Jerónimo.

A umas centenas de quilómetros a Norte, em Guimarães, Braga, a coordenadora do Bloco de Esquerda impôs prazos no descongelamento das carreiras - até 2019, fim da legislatura.

"Nós sabemos que não é possível fazer tudo ao mesmo tempo, mas o acordo que nós temos é um acordo para descongelar as carreiras durante esta legislatura e, portanto, podendo ser faseado, deve ser faseado em dois anos e não mais de dois anos", afirmou.

Longe da campanha eleitoral, no parlamento, o PCP recebeu uma delegação da CGTP, liderada por Arménio Carlos, que reclamou a reposição das carreiras para todos os trabalhadores da função pública. E fez dois avisos: apoia uma eventual greve na função pública e a "última palavra" é dos trabalhadores.

Se este foi o tema para a esquerda, à direita, PSD e CDS-PP foram mais contundentes nos comentários aos números do défice.

Segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE), o défice orçamental foi de 1,9% do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro semestre deste ano, uma diminuição face aos 3,1% registados no período homólogo.

Pedro Passos Coelho, líder do PSD, considerou que os números sobre o défice e o crescimento são "os esperados", desejou que possam ser melhores e saudou a revisão em alta do crescimento, de 1,6% para 1,8%, em 2015, último ano em que foi primeiro-ministro.

"O desempenho da economia em 2015 foi ainda mais robusto e isso ainda deu uma ajuda para 2016", defendeu Passos.

Mais à direita, a presidente do CDS-PP, Assunção Cristas, saudou todas as notícias positivas para a economia portuguesa e desafiou o primeiro-ministro a aproveitar os sinais positivos para "coisas essenciais para as populações".

"Tudo o que sejam notícias positivas para a economia portuguesa, entendemos que é bom. É bom lembrar e saudar os empresários portugueses, as muitas pequenas, médias, micro empresas em Portugal que com o seu esforço, o seu trabalho, o seu esforço de exportações, nomeadamente, estão a contribuir para estes resultados", disse.

Do outro lado do espectro político, Catarina Martins afirmou que, depois das "boas notícias" da execução orçamental, este é momento de realizar "o investimento público que estava previsto" e que, apesar de cabimentado, está parado.

No mesmo tom, um tom reivindicativo, o secretário-geral comunista considerou os dados sobre o défice uma "evolução positiva" que confirma os benefícios da devolução de rendimentos e direitos aos portugueses, defendendo que o Governo socialista tem de continuar e não travar essas políticas.

António Costa, que entrou ao final da tarde na campanha autárquica, em Lisboa e Setúbal, garantiu, enquanto primeiro-ministro, que os dados do crescimento económico e da execução orçamental demonstram que a política do Governo está "no caminho" certo. E defendeu que, quando é assim, há que "não mudar de caminho".

No PS, a caravana da secretária-geral adjunta andou a Norte, pela Maia, Porto, na noite de quinta-feira, e Ana Catarina Mendes apontou as críticas ao "bota abaixo" do PSD e Passos Coelho, contrapondo a qualidade e os projectos dos candidatos socialistas nas autárquicas de 1 de Outubro.

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