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Eleições: Acordo de coligação entre PSD, CDS-PP e PPM assinado perante sala lotada

Lusa 07 de janeiro de 2024 às 18:47

O acordo, assinado pelos presidentes do PSD, Luís Montenegro, do CDS-PP, Nuno Melo, e do PPM, Gonçalo da Câmara Pereira, aponta como prioridades da AD alcançar níveis elevados de crescimento, reforçar rendimentos e salvar e reabilitar o Estado Social do definhamento em curso.

PSD, CDS-PP e PPM assinaram este domingo o acordo de coligação Aliança Democrática (AD) perante uma sala lotada na Alfândega do Porto e com Portugal como palavra de fundo.

ANTÓNIO PEDRO SANTOS/LUSA

O acordo, assinado pelos presidentes do PSD, Luís Montenegro, do CDS-PP, Nuno Melo, e do PPM, Gonçalo da Câmara Pereira, aponta como prioridades da AD alcançar níveis elevados de crescimento, reforçar rendimentos e salvar e reabilitar o Estado Social do definhamento em curso.

Em representação do movimento de independentes, o ex-bastonário da Ordem dos Médicos Miguel Guimarães foi o primeiro a discursar e justificou a sua presença nesta coligação para "exercer um direito de cidadania".

"Senti que não posso continuar calado no que diz respeito ao que está a acontecer no nosso país, tenho obrigação de defender os direitos, liberdades e garantias das pessoas", disse, considerando que a AD tem "todas as condições para poder governar Portugal e fazer mais e melhor" do que o executivo socialista nos últimos oito anos.

Miguel Guimarães fez duras críticas ao funcionamento da saúde em Portugal - que classificou como "o calcanhar de Aquiles" da governação do PS, dizendo que se o SNS fosse uma empresa estaria falido, uma falência que atribuiu aos principais responsáveis, como o ministro Manuel Pizarro e o diretor-executivo do SNS.

O antigo bastonário questionou se, sendo o orçamento da saúde o maior de sempre, como diz o Governo socialista, e existindo mais profissionais de saúde, "o que é que está a falhar", respondendo que é "falta de competência para gerir corretamente" o SNS.

"O Governo socialista diz sempre que foi ele quem criou o SNS, mas a verdade é que se criou o SNS, neste momento está a destruir o SNS", acusou, apelando a um pacto de regime entre os partidos sobre o futuro deste setor.

Já o presidente do PPM, Gonçalo da Câmara Pereira, considerou que a AD "representa a única esperança de derrotar o PS e os seus aliados da geringonça" e lembrou que o partido também não tinha deputados quando foi convidado pelo fundador do PSD Francisco Sá Carneiro a integrar a AD original.

"No PPM sabemos bem o que significa derrotar a hegemonia da esquerda no nosso país", afirmou, dizendo que foi assim em Portugal em 1979, nos Açores em 2020 e também nas últimas eleições autárquicas em Lisboa.

O líder dos monárquicos disse estar nesta coligação para defender os ideais ecológicos, os valores da família, "a mais velha instituição portuguesa", mas também pelos "ideais nacionalistas de um Portugal diverso" - salientando que Portugal "não tem uma só cor" - e por uma sociedade "livre, próspera e solidária".

Na sala, completamente lotada e com muitas pessoas de pé e à porta que não conseguiram entrar, destaque para a presença de alguns notáveis como, por exemplo, dos ex-ministros Leonor Beleza e José Pedro Aguiar-Branco e o presidente da Câmara Municipal do Porto, o independente Rui Moreira.

Dirigentes e antigos dirigentes do PSD como Hugo Soares, Paulo Rangel, Pedro Duarte ou Teresa Morais e do CDS-PP como Pedro Morais Soares, João Almeida ou Hélder Amara foram outras das presenças na Alfândega do Porto.

No texto, reitera-se que este acordo de coligação entre os três partidos incluirá as legislativas de 10 de março e as eleições europeias de 09 de junho, uma aliança "com o propósito de oferecer a Portugal a mudança política necessária e um Governo ambicioso, reformista, moderado estável e maioritário".

O acordo de coligação prevê que o programa eleitoral da Aliança Democrática -- que promete uma campanha "pela positiva" - tenha contributos dos três partidos e de personalidades independentes e, sobre lugares, refere apenas que as listas para as legislativas e europeias "serão baseadas na ponderação global dos resultados que os três partidos obtiveram" em anteriores sufrágios, cumprindo a lei da paridade e incluindo independentes.

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