NEWSLETTER EXCLUSIVA PARA ASSINANTES Novidades com vantagens exclusivas: descontos e ofertas em produtos e serviços; divulgação de conteúdos exclusivos e comunicação de novas funcionalidades. (Enviada mensalmente)
Numa carta intitulada de "não apaguem Gérard Depardieu", afimam que o ator está a ser alvo de uma "torrente de ódio". Produtor Paulo Branco está entre os subscritores.
Cerca de 50 artistas e personalidades denunciaram o "linchamento" deGérard Depardieu, que foi acusado de violação e de outras agressões sexuais.
Getty Images
Numa carta publicada no Le Figaro assinada por nomes como a atriz britânica Charlotte Rampling, a antiga primeira-dama francesa e cantora Carla Bruni, e a antiga companheira de Depardieu, Carole Bouquet, afirmam que o ator é vítima de uma "torrente de ódio."
Intitulada de "não apaguem Gérard Depardieu", os autores da carta argumentam: "Não podemos continuar em silêncio perante o linchamento que ele está a enfrentar." Defendem que ao mesmo tempo que atacam o ator, estão a atacar a arte, destacando a sua contribuição única e extraordinária para o cinema francês.
"A França deve-lhe muito. O cinema e o teatro não podem prescindir da sua personalidade única e extraordinária, ninguém pode apagar a marca indelével do seu trabalho no nosso tempo", escreveram os seus apoiantes, um dos quais é o produtor português Paulo Branco.
A carta acabou por gerar uma onda de indignação. Laurent Boyet, fundador de Les Papillons, organização que combate a violência contra as crianças, classificou a carta como "indecente". Anne-Cecile Mailfert, diretora da Women's Foundation, afirmou que "ninguém está acima da lei", enquanto Emmanuelle Dancourt, do grupo MeTooMedias, expressou tristeza e choque em relação à carta, apesar de compreender o dilema dos amigos de Depardieu.
Já o presidente francês, Emmanuel Macron, afirmou que Depardieu se tornou alvo de uma "caça ao homem". Ativistas dos direitos humanos condenaram os comentários de Macron, considerando-os um "insulto" a todas as mulheres que sofreram violência sexual.
A ministra da Cultura, Rima Abdul Malak, anunciou que Gérard Depardieu poderia ser destituído da Legião de Honra, a mais alta condecoração do país, como resposta à crescente controvérsia em torno do caso. O debate sobre a presunção de inocência e a responsabilidade social de artistas e personalidades públicas continua a dividir a opinião pública em França.
"Achei que era muito bonita", disse o ator visado à RTL, tendo chamado os signatários de "corajosos" e elogiado a carta, apesar de negar ter pedido a mesma.
Denúncias e acusações
Gérard Depardieu foi acusado de violação, de assédio sexual e agressão por mais de uma dúzia de mulheres.
Em 2018, a atriz Charlotte Arnould apresentou queixa contra Gérard Depardieu, acusando-o de a ter abusado sexualmente duas vezes na casa do mesmo em Paris. Após uns meses de investigação, a queixa foi arquivada, tendo o Ministério Público de Paris considerado que o crime não podia ser determinado. Apesar disto, a atriz voltou a apresentar queixa em 2020, estando investigação em curso até hoje.
Em 2019, Emmanuelle Debever publicou uma mensagem no Facebook na qual referia a má conduta do ator as filmagens do filme O Caso Danton de 1982. A atriz apareceria morta a 7 de dezembro deste ano, no mesmo dia em que um programa de investigação que apresentou as alegações contra Gérard Depardieu foi para o ar.
Em setembro deste ano, a atriz Hélène Darras denunciou atos de agressão sexual durante as filmagens de um filme em 2007. A denúncia ainda está a ser investigada pelo Ministério Público de Paris. Em dezembro, Ruth Baza, escritora e jornalista espanhola, denuncia uma violação, que terá ocorrido a 12 de outubro de 1995, durante uma entrevista com o autor nas instalações da antiga produtora Roissy Films em França.
A última denúncia aconteceu a 17 de dezembro quando a atriz belga Brit Van Hoof revelou que foi atacada sexualmente pelo autor em 2014, quando o mesmo era o convidado de honra do festival Ramdam, em Tournai, na Bélgica.
Gérard Depardieu, numa carta publicada no Le Figaroem outubro, negou todas as acusações de violação e agressão sexual feitas contra ele.
Para poder adicionar esta notícia aos seus favoritos deverá efectuar login.
Caso não esteja registado no site da Sábado, efectue o seu registo gratuito.
O humor deve ser provocador, desafiar convenções e questionar poderes. É um pilar saudável da liberdade de expressão. Mas quando deixa de ser crítica legítima e se transforma num ataque reiterado e desproporcional, com efeitos concretos e duradouros na vida das pessoas, deixa de ser humor.
O poder não se mede em tanques ou mísseis: mede-se em espírito. A reflexão, com a assinatura do general Zaluzhny, tem uma conclusão tremenda: se a paz falhar, apenas aqueles que aprendem rápido sobreviverão. Nós, europeus aliados da Ucrânia, temos de nos apressar: só com um novo plano de mobilidade militar conseguiríamos responder em tempo eficaz a um cenário de uma confrontação direta com a Rússia.
Até porque os primeiros impulsos enganam. Que o diga o New York Times, obrigado a fazer uma correcção à foto de uma criança subnutrida nos braços da sua mãe. O nome é Mohammed Zakaria al-Mutawaq e, segundo a errata do jornal, nasceu com problemas neurológicos e musculares.