"Nós podemos chamar-lhe o que quisermos, mas o voto do PAN não era um voto de pesar e foi uma falta de respeito pelas personalidades cujas mortes lamentamos", disse o PS.
Um voto de pesar do PAN pela perda de vidas humanas, animais e espécies florestais nos incêndios da Austrália gerou hoje um incidente nas votações no plenário do parlamento, com muitas abstenções e críticas ao conteúdo do texto.
Depois da leitura e votações de cinco votos de pesar de diferentes partidos e do próprio presidente da Assembleia da República, no guião do plenário de hoje surgiu um voto, do PAN, "de pesar pela perda de vidas humanas, de animais e de espécies florestais nos incêndios que decorrem na Austrália, e pela falta de ação política no combate às alterações climáticas".
O presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues, perguntou ao grupo parlamentar se abdicava da leitura do voto, mas este quis que fosse lido.
Durante a leitura, ouviu-se sempre no hemiciclo um burburinho pouco habitual nestes momentos e, aquando da votação, a abstenção veio, desde logo, do CDS-PP, Iniciativa Liberal, Chega, alguns deputados do PSD e vários do PS.
"Eu bem me parecia que este voto não deveria ter sido lido, mas há um precedente e foram os senhores deputados do PAN que exigiram a leitura deste voto, que eu não tinha conhecimento do texto anteriormente. E agora, senão se importam, para não prolongarmos este incidente, vamos fazer um minuto de silêncio relativo a estes votos e no caso do voto do PAN relativo à perda de vidas humanas na Austrália", disse Ferro Rodrigues, visivelmente descontente com o episódio.
Depois do habitual minuto de silêncio na sequência dos votos de pesar, o tema não se encerrou, com o grupo parlamentar do PSD a anunciar uma declaração de voto, bem como outros deputados do PS.
O socialista Marcos Perestrello pediu a palavra e atirou: "nós podemos chamar-lhe o que quisermos, mas o voto do PAN não era um voto de pesar e foi uma falta de respeito pelas personalidades cujas mortes aqui lamentamos".
O presidente da Assembleia da República voltou a tentar pôr termo ao assunto lembrando que o texto já tinha sido votado e que o próprio Marcos Perestrello "votou a favor".
Da bancada visada, a líder parlamentar do PAN, Inês Sousa Real tentou fazer uma intervenção "em defesa da honra, face aquilo que foi dito", reiterando que "o voto do PAN é um voto de pesar", mas Ferro Rodrigues subiu o tom de voz para lhe dizer: "senhor deputada, não tem a palavra, neste momento não tem a palavra".
Quando se tentava continuar com os trabalhos, a líder parlamentar do CDS-PP, Cecília Meireles, lançou um pedido: "Senhor presidente, pode olhar para o lado direito do hemiciclo por favor?".
Palavra concedida e o CDS-PP anunciou também uma declaração de voto "sobre o voto que não é de pesar", seguida pelo deputado único do Chega, André Ventura.
Voto do PAN sobre incêndios na Austrália gera incidente
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui ,
para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana. Boas leituras!
Para poder adicionar esta notícia aos seus favoritos deverá efectuar login.
Caso não esteja registado no site da Sábado, efectue o seu registo gratuito.
Para poder votar newste inquérito deverá efectuar login.
Caso não esteja registado no site da Sábado, efectue o seu registo gratuito.
Seria bom que Maria Corina – à frente de uma coligação heteróclita que tenta derrubar o regime instaurado por Nicolás Maduro, em 1999, e herdado por Nicolás Maduro em 2013 – tivesse melhor sorte do que outras premiadas com o Nobel da Paz.
“S” sentiu que aquele era o instante de glória que esperava. Subiu a uma carruagem, ergueu os braços em triunfo e, no segundo seguinte, o choque elétrico atravessou-lhe o corpo. Os camaradas de protesto, os mesmos que minutos antes gritavam palavras de ordem sobre solidariedade e justiça, recuaram. Uns fugiram, outros filmaram.
É excelente poder dizer que a UE já aprovou 18 pacotes de sanções e vai a caminho do 19º. Mas não teria sido melhor aprovar, por exemplo, só cinco pacotes muito mais robustos, mais pesados e mais rapidamente do que andar a sancionar às pinguinhas?