A SÁBADO teve acesso a uma carta em que a vereadora mostra interesse em liderar a candidatura socialista à Câmara de Oeiras. As eleições acontecem este ano: contudo, Filipa Laborinho ainda não terá obtido nenhuma resposta por parte do PS.
A vereadora da Câmara Municipal de Oeiras, Filipa Laborinho, manifestou através de uma carta datada de 17 de fevereiro a sua vontade em se candidatar, pelo Partido Socialista (PS), à liderança da Câmara Municipal de Oeiras. ASÁBADOteve acesso a esta carta, que foi endereçada à presidência da concelhia do Partido Socialista de Oeiras e ao coordenador autárquico do PS.
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"Entendo ser meu dever disponibilizar-me para encabeçar este combate e preparar o futuro em Oeiras", escreve, ao lamentar na missiva não ter obtido nenhuma resposta por parte do PS. "Nas últimas semanas procurei falar com os responsáveis dos órgãos do Partido Socialista sobre a estratégia do partido para os próximos atos eleitorais no Concelho. Apesar das minhas insistências, a resposta tem sido vaga ou o silêncio", refere.
A SÁBADO contactou a vereadora esta quinta-feira. Surpreendida com a divulgação da carta, defendeu: "Nao quero comentar este assunto na praça pública.É nos órgãos próprios que me devo manifestar. Em breve todas as escolhas serão tornadaspúblicas."
Na carta, Filipa Laborinho elogia a liderança da Câmara Municipal de Oeiras, que atualmente pertence a Isaltino Morais. Segundo a vereadora "ainda colhe frutos". Aponta, no entanto, que a mesma está "envelhecida".
"A liderança atual da Câmara Municipal de Oeiras ainda colhe frutos de uma gestão bem sucedida dos anos 90. No entanto, essa liderança precisa de ser renovada, está envelhecida e anacrónica, precisa de uma alternativa moderna e progressista", escreveu.
Filipa Laborinho esclarece à SÁBADO que o "PS trouxe uma nova energia para dentro da Câmara de Oeiras, desde as questões de igualdade, à ação climática." "Considero que o PS é o partido mais bem posicionado para disputar as eleições."
Isaltino Morais está à frente da Câmara de Oeiras desde 2017, como candidato independente, e também venceu as eleições autárquicas em 1985, 1988, 1993, 1997, 2001, 2017 e 2021. Esteve preso entre 2013 e 2014 por fraude fiscal e branquemento de capitais. Em junho de 2024, foram realizadas buscas à Câmara de Oeiras relacionadas com os almoços de lavagante revelados pela SÁBADO. Em causa na investigação, estão os crimes de prevaricação, abuso de poder e peculato.
Filipa Laborinho sustenta que é uma boa candidata devido à sua experiência. "O desempenho das funções de vereadora permitiu-me conhecer em profundidade o território, a comunidade e o funcionamento da administração municipal. Com esta experiência consolidada, posso afirmar que neste momento tenho um profundo conhecimento da realidade do Conselho", lê-se na carta.
Em janeiro, Isaltino Morais já havia confirmado à agência Lusa a sua recandidatura à Câmara Municipal de Oeiras e em entrevista à SIC Notícias explicou até que o seu objetivo "para este mandato é concluir e reforçar aquilo que é um programa de habitação ambicioso".
As eleições autárquicas deverão ser acontecer entre 22 de setembro e 14 de outubro deste ano. A data concreta ainda está por marcar.
Quem é Filipa Laborinho?
Filipa Laborinho nasceu em Lisboa em 1979 e viveu em Macau, de onde regressou em 1998. Em 2000 mudou-se para Oeiras.
Licenciada em Relações Internacionais, passou pelas Nações Unidas e foi adjunta da vereação do Turismo e Património Municipal, em Oeiras, entre 2006 e 2009. Durante este tempo, acompanhou, entre outros projetos, a EDP CoolJazz e o NOS Alive.
No ano seguinte, em 2010, passou a exercer funções técnicas no Museu da Água, pertencendo aos quadros da EPAL. Nesse âmbito, foi responsável pelo acompanhamento de projetos como o OutJazz, o Open House Lisboa, e as Festas de Lisboa.
Filipa Laborinho chegou a ser candidata pelo PS à União de Freguesias de Algés, Linda-a-Velha e Cruz Quebrada-Dafundo em 2013 e 2017 e, em 2021, integrou finalmente a lista candidata à Câmara Municipal de Oeiras.
Desde 2022 que assume, então, a vereação da Câmara de Oeiras. Aqui, detém os pelouros do Desenvolvimento Sustentável, da Adaptação às Alterações Climáticas e Economia Circular, da Igualdade e da Descentralização de Competências do Governo Central para a Autarquia.
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O Estado português falha. Os sucessivos governos do país, falham (ainda) mais, numa constante abstração e desnorte, alicerçados em estratégias de efeito superficial, improvisando sem planear.
A chave ainda funcionava perfeitamente. Entraram na cozinha onde tinham tomado milhares de pequenos-almoços, onde tinham discutido problemas dos filhos, onde tinham planeado férias que já pareciam de outras vidas.