Num plenário com as presenças dos secretários-gerais da CGTP/IN e UGT.
Trabalhadores do Parque Industrial da Autoeuropa, em Palmela, distrito de Setúbal, aprovaram esta terça-feira uma moção de apoio à greve geral de 11 de dezembro num plenário com as presenças dos secretários-gerais da CGTP/IN e UGT.
Trabalhadores da Auroeuropa apoiam a greve geralDR
Segundo o coordenador das Comissões de Trabalhadores do Parque Industrial, Daniel Bernardino, a moção aprovada por unanimidade pelos cerca de 900 a 1.000 trabalhadores que participaram na reunião plenária, é um sinal do empenhamento na luta contra o pacote laboral do Governo.
"Estamos dispostos a prolongar a luta para defender os nossos interesses ao atacar os trabalhadores desta forma com este pacote laboral. A primeira defesa será a partir da greve geral no dia 11. Antes disso foi esta organização, de união entre as centrais sindicais e das Comissões de Trabalhadores. É uma mensagem de união que queremos transmitir ao país, para lutar contra este pacote laboral", disse Daniel Bernardino.
"Há um risco enorme de, em empresas de `outsourcing´, os trabalhadores perderem direitos quando há uma transmissão de estabelecimento. É gravíssimo. Nós já tivemos aqui alguns exemplos e os trabalhadores conseguiram segurar esses direitos. Depois temos a questão de a pessoa ser despedida e não haver a reintegração. É do mais grave que podemos ter para quem trabalha", acrescentou o coordenador das Comissões de Trabalhadores do Parque Industrial da Autoeuropa.
Para o coordenador da CGTP/IN, Tiago Oliveira, que acompanhou o plenário realizado hoje de manhã junto à Autoeuropa, "o que o Governo está a fazer é apresentar um pacote laboral que é profundamente negativo para o mundo do trabalho".
"Estamos a falar do que é a perpetuação da precariedade, estamos a falar do que é um ataque à desregulação dos horários de trabalho, à facilitação dos despedimentos, um ataque ao direito à greve, ao impedimento dos sindicatos a entrarem nos locais de trabalho. Tudo isto consta de um pacote de mais de 100 medidas que o Governo apresentou", disse Tiago Oliveira.
Uma ideia corroborada pelo secretário-geral da UGT, Mário Mourão, que considera a proposta do Governo de alteração das leis laborais como "um retrocesso civilizacional que quer precarizar ainda mais quem trabalha".
"Eu julgo que não há nenhum trabalhador neste país que não seja afetado pelas medidas negativas que esta reforma contém e que, por isso, tem de ter a resposta que é adequada. Este plenário que houve hoje aqui no Parque Industrial da Autoeuropa demonstrou a mobilização e a participação dos trabalhadores, o que significa que os trabalhadores estão a perceber bem o que é que quer dizer esta reforma laboral e em que é que isso os vai afetar", disse.
Confrontando com um dos argumentos dos defensores da reforma laboral proposta pelo Governo, de que os jovens já não estão tão preocupados com a segurança no emprego como no passado, Mário Mourão defendeu que é justamente pela falta de segurança no emprego que muitos jovens deixam o país.
"Eles saem do país precisamente porque o país não lhes consegue nem dar um salário justo, nem criar condições para que eles se fixem no nosso país, para criar família, com as dificuldades que têm, quer na aquisição, quer no arrendamento da habitação. Com baixos salários nunca podem ter uma habitação", disse.
Caso o Governo mantenha a proposta de alteração das leis laborais tal como está depois da greve geral de 11 de dezembro, CGTP e UGT garantem que não vão desistir e vão continuar a lutar pela defesa dos direitos dos trabalhadores.
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