Cerca de duas centenas de táxis do Algarve estão hoje concentrados na Estrada Nacional 125 junto ao aeroporto de Faro.
Cerca de duas centenas de táxis do Algarve estão hoje concentrados na Estrada Nacional 125, junto ao aeroporto de Faro, protestando contra o aumento do número de veículos descaracterizados que no Verão trabalham na região e lhes retiram negócio.
Amanifestação de taxistas contra a lei das novas plataformas de transporte, que se realiza também noPortoe emLisboa, conseguiu reunir na estrada de acesso ao aeroporto algarvio "à volta de 50% da frota de táxis do Algarve", que "é formada por 425 automóveis", números que deixaram a organização "muito satisfeita com a mobilização conseguida", disse à agência Lusa Francisco José Pereira, presidente da cooperativa Rotáxis, de Faro, e um dos organizadores do protesto.
Francisco José Pereira disse que, no Algarve, o principal problema sentido pelos profissionais do táxi passa pelo número elevado de veículos de transporte de passageiros sem caracterização que ali se deslocam no Verão, para trabalhar nos meses de maior afluência de turistas, retirando negócio ao sector tradicional do táxi.
"A nossa grande preocupação é que este ano, em Junho, Julho e Agosto, fomos invadidos por centenas de carros de transporte de passageiros em viaturas descaracterizadas, coisa que nunca tivemos, o que a acontecer no próximo ano vai tirar sustentabilidade ao setor do táxi, que é um sector tradicional", lamentou.
Questionado sobre se esses veículos descaracterizados são da região, a mesma fonte respondeu que não e disse que "vêm de propósito ao Algarve para fazer o Verão, durante dois ou três meses, e trabalhar Junho, Julho e Agosto".
"E está a causar grande preocupação nas câmaras municipais, dado o elevado número de viaturas que estão a trabalhar nos seus concelhos e que já são mais do que o número de todo o sector do táxi na região", acrescentou, cifrando as perdas registadas em "à volta de 30%".
Este valor "é um número muito elevado" para o sector tradicional do táxi, ao qual é "exigido um conjunto de requisitos" e que é "muito regulado", contrariamente aos veículos de transporte sem caracterização, considerou.
"Há diferença no tratamento. E pedimos a suspensão da lei 45/18 de 10 de Agosto, para não entrar em vigor até o Tribunal Constitucional dizer qualquer coisa sobre o que pensamos que é inconstitucional, porque causa desigualdade entre uns e outros quando o serviço é o mesmo", pediu.
António Fortunato é taxista em Albufeira e disse à Lusa que este Verão foram vistos "muitos veículos a trabalhar na cidade que não são de lá", tendo até sido "mais do que o número dos táxis" que há na cidade.
Este profissional quantificou as suas perdas durante o Verão "em 50%" e assegurou que, nos 30 anos que leva na profissão de taxistas, nunca viu "nada assim".
"Tem que se encontrar uma solução para isto, porque assim não pode ser", apelou.
Os taxistas manifestam-se hoje em Lisboa, Porto e Faro contra a entrada em vigor, em Novembro, da lei que regula as quatro plataformas electrónicas de transporte que operam em Portugal -- Uber, Taxify, Cabify e Chauffeur Privé.
Desde 2015, este é o quarto grande protesto contra as plataformas que agregam motoristas em carros descaracterizados, cuja regulamentação foi aprovada, depois de muita discussão, no parlamento, em 12 de julho.
A legislação foi promulgada pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, em 31 de agosto. A entrada em vigor acontece em 01 de Novembro, mas o sector do táxi marcou a manifestação precisamente com a intenção de que esta não venha a ser aplicada.
Os representantes do sector do táxi enviaram à Assembleia da República um pedido para serem hoje recebidos pelos deputados, a quem vão pedir que seja iniciado o procedimento de fiscalização sucessiva da constitucionalidade do diploma e que, até à pronúncia do Tribunal Constitucional, se suspendam os efeitos deste, "por forma a garantir a paz pública".
Um dos principais 'cavalos de batalha' dos taxistas é o facto de na nova regulamentação as plataformas não estarem sujeitas a um regime de contingentes, ou seja, a existência de um número máximo de carros por município ou região, como acontece com os táxis.
A dois dias da manifestação, o Governo enviou para as associações do táxi dois projectos que materializam alterações à regulamentação do sector do táxi, algo que os taxistas consideraram "muito poucochinho", defendendo que o objectivo do Governo foi "desviar as atenções" da concentração nacional de hoje.
Taxistas do Algarve contestam grande aumento de carros descaracterizados no Verão
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui ,
para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana. Boas leituras!
Para poder adicionar esta notícia aos seus favoritos deverá efectuar login.
Caso não esteja registado no site da Sábado, efectue o seu registo gratuito.
A escola é um espaço seguro, natural e cientificamente fundamentado para um diálogo sobre a sexualidade, a par de outros temas. E isto é especialmente essencial para milhares de jovens, para quem a escola é o sítio onde encontram a única oportunidade para abordarem múltiplos temas de forma construtiva.
O humor deve ser provocador, desafiar convenções e questionar poderes. É um pilar saudável da liberdade de expressão. Mas quando deixa de ser crítica legítima e se transforma num ataque reiterado e desproporcional, com efeitos concretos e duradouros na vida das pessoas, deixa de ser humor.
Queria identificar estes textos por aquilo que, nos dias hoje, é uma mistura de radicalização à direita e muita, muita, muita ignorância que acha que tudo é "comunista"