O sargento da GNR de Loulé Lima Santos, arguido no caso de Tancos, negou em tribunal que houvesse uma promessa de imunidade a João Paulino por ter dado informações sobre o local onde foi encontrado o material.
O sargento da GNR de Loulé Lima Santos, arguido no caso de Tancos, negou hoje em tribunal que houvesse um acordo com o autor confesso do furto e informador em troca de sinalizar o local do armamento.
"Nunca lhe foi [a João Paulino] prometido nada, nem tinha que ser", afirmou hoje em tribunal o sargento-ajudante Lima Santos, do Núcleo de Investigação Criminal (NIC) da GNR de Loulé, um dos elementos que esteve envolvido na investigação sobre o furto de armamento dos paióis de Tancos.
Segundo Lima Santos, João Paulino "nunca assumiu, em momento algum, a participação no furto" e não beneficiou de qualquer acordo de imunidade por ter dado informações sobre o local onde foi encontrado o material.
Aliás, este militar corroborou a versão de outros arguidos que desmentiram ter havido um acordo de imunidade para os autores do furto em troca de informações, ao contrário do que disse João Paulino em tribunal.
O arguido contou os três encontros que teve com Paulino, sempre acompanhado pelo investigador da GNR e também arguido Bruno Ataíde, que é amigo de infância de João Paulino.
Explicou ao tribunal que muitas vezes o trabalho de quem investiga é "pressionar os informadores", insistindo que na altura não sabia que Paulino tinha sido um dos autores do furto.
Os encontros foram sempre observados de perto por elementos da Polícia Judiciária Militar (PJM), que sempre estiveram a par do desenrolar de todas as pistas conseguidas pela GNR, apesar de nunca terem interagido com Paulino, contou.
"Nós damos a volta aos informadores, é o nosso trabalho. Os informadores são como as vacas, enquanto tiverem leite há que insistir", afirmou o militar.
Lima Santos disse ainda que Paulino foi informado que a Polícia militar sabia quem ele era e que, muito provavelmente, seria chamado a depor.
Contestando por diversas vezes o que diz o despacho do Ministério Público, o militar reiterou que "ao contrário do que diz a acusação foi o Bruno Ataíde que procurou o João Paulino e não o contrário".
Sobre a chamada anónima, feita no Montijo pelo sargento Teixeira Costa da PJM, Lima Santos referiu que ouviu um comentário do major Pinto da Costa (PJM) no dia em que foram recuperar o material militar à Chamusca, mas que "desvalorizou, porque não era o que tinha acontecido".
O sargento ajudante disse ainda que todas as "démarches" realizadas pela GNR neste caso foram devidamente autorizadas e validades superiormente.
Lima Santos está acusado de seis crimes em coautoria: Associação criminosa, tráfico e mediação de armas, falsificação ou contrafação de documentos, denegação de justiça e prevaricação, favorecimento pessoal praticado por funcionário e falsificação ou contrafação de documento.
O processo de Tancos tem 23 arguidos, dez arguidos respondem no Tribunal de Santarém por associação criminosa, tráfico e mediação de armas e terrorismo, pelo alegado envolvimento no furto do armamento e os restantes 13, entre eles Azeredo Lopes, dois elementos da PJM e vários militares da GNR, sobre a manobra de encenação/encobrimento na recuperação do material ocorrida na região da Chamusca, numa operação que envolveu a PJMilitar com a colaboração de elementos da GNR de Loulé.
CC // ZO
Lusa/fim
Tancos: Militar da GNR nega acordo com autor confesso do furto
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