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SNS: em colapso acelerado, mas a gastar como nunca

Bruno Faria Lopes
Bruno Faria Lopes 20 de maio de 2022 às 08:04

Em cinco anos a Saúde passou a gastar mais 3 mil milhões, mas as urgências estão sem médicos e enfermeiros, os hospitais sem autonomia para comprar lençóis e o Estado com menos capacidade para competir com o privado.

Um dia, no verão do ano passado, o médico Pinto de Almeida constatou que não tinha equipa para fazer a urgência externa da maternidade no hospital de São Bernardo, em Setúbal. Ter o serviço a funcionar abaixo do limite das regras de segurança não era novidade, mas naquele dia nem com o recurso habitual a médicos tarefeiros, pagos a 60 euros à hora, o diretor conseguira preencher a escala para a urgência. As regras de segurança – que protegem os profissionais de saúde e os doentes, neste caso sobretudo mulheres grávidas – implicam que a urgência tenha três médicos, podendo um deles estar ainda no internato. A “equipa” era só uma interna. “Não admiti que a urgência externa ficasse só com um interno”, conta o diretor demissionário do Serviço de Obstetrícia do hospital. “Foi o que conduziu ao meu pedido de demissão”, explica.

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