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Sismo de 5.3 na Madeira traz pessoas para a rua. "Pensei que ia morrer"

07 de março de 2020 às 23:54
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"Estava dentro do elevador com a minha mulher e só vi o vidro e tudo começou a abanar. Pensei que ia morrer", disse José Ferreira, de 25 anos, que reside num edifício na zona do campo de futebol dos Barreiros

Centenas de pessoas aglomeradas nas ruas, algumas saídas de bares e restaurantes, admitiram ter vivido momentos de medo depois de surpreendidas pelo abalo sísmico que ocorreu às 20h58 na Madeira.

Um sismo, de magnitude 5,3 na escala de Richter, foi registado pelas 20h58 deste sábado a sudoeste da Deserta Grande, na Região Autónoma da Madeira, informou o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).

O sismo "foi sentido com intensidade máxima IV/V, na escola de Mercalli, na região de São Martinho, no Funchal", refere o IPMA em comunicado, salientando que "não causou danos pessoais ou materiais".

O sismo teve o seu epicentro a cerca de 40 quilómetros a sudoeste da Deserta Grande, nas ilhas Desertas, pertencentes à Região Autónoma da Madeira.

"Estava dentro do elevador com a minha mulher e só vi o vidro e tudo começou a abanar. Pensei que ia morrer", disse José Ferreira, de 25 anos, que reside num edifício na zona do campo de futebol dos Barreiros, na freguesia de São Martinho.

Aquele residente acrescentou que "nunca tinha sentido um terremoto na Madeira" e o que lhe valeu foi que "o elevador não parou e quando chegou ao rés-do-chão a porta abriu".

"Vi os meus vizinhos a descerem pelas escadas" e "houve algum pânico e gente a gritar, até porque há pessoas acamadas no prédio", descreveu, admitindo que "ainda tem as pernas a tremer".

Também Beatriz Manso, que reside num dos maiores aglomerados habitacionais do Funchal, na zona de São Martinho, declarou: "Nunca assisti nada igual. Fiquei cheia de medo. As paredes abanavam todas".

No local, muitos dos residentes deste prédio estavam concentrados na rua e manifestavam o receio de regressar para as respetivas casas com medo de réplicas.

Duarte Rodrigues estava numa reunião, mas disse ter conseguido "manter a calma" para logo abandonar o local onde se encontrava.

Por seu lado, João Silva estava num encontro religioso na zona de São Martinho e disse ter visto "tudo a tremer, mas julgando que tinha sido uma derrocada numas obras que decorrem nas imediações".

"Mas quando as pessoas se aperceberam de que era um sismo, saíram calmamente e ficaram nos jardins do recinto, alguns incrédulos porque nunca tinham sentido um terremoto", afirmou.

O último grande abalo na Madeira aconteceu a 26 de maio de 1975, quando se atingiu o valor de 7,9 na escala de Ritcher.

De acordo com o IPMA, a arquipélago da Madeira registou hoje uma réplica de magnitude 2,4 na escala de Richter, às 21:22, com epicentro no mar a cerca de 35 quilómetros a Sul de Câmara de Lobos, num local sensivelmente perto do local do primeiro sismo, registado às 20h58.

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