O presidente do Sindicato dos Estivadores do Centro e Sul, António Mariano, referiu que "está tudo parado" no porto à espera que terminem as "manobras de intimidação".
O presidente do Sindicato dos Estivadores do Centro e Sul, António Mariano, disse esta quarta-feira que 90% dos trabalhadores doPorto de Setúbalsão precários e por isso "está tudo parado" à espera que terminem as "manobras de intimidação".
Segundo António Mariano, as empresas que contratam estes trabalhadores - cerca de 150 de acordo com os dados do sindicato - estão a tentar fazer contratos com alguns trabalhadores, que são "ilegais em tempo de greve" e cujos termos são desconhecidos.
"Sabemos que um ou dois trabalhadores assinaram, mas nem ficaram com uma cópia do contrato", denunciou.
Os trabalhadores exigem assim o retomar das negociações com os sindicatos para um acordo coletivo de trabalho que garanta os direitos destes trabalhadores precários que chegam a trabalhar 30 e 40 turnos por mês.
"Os trabalhadores estão fartos, muitos estão nesta situação há mais de 20 anos. Estão a ser alvo de manobras de intimidação e coação e decidiram parar totalmente desde dia 05 [de Novembro]. Está tudo parado em Setúbal", indica o sindicalista, depois do jornalPúblicoter avançado na sua edição de hoje que "não há movimento de contentores no Porto de Setúbal, nem operações no terminal usado pela construtora automóvelAutoeuropapara expedir veículos para o mercado de destino".
Uma fonte oficial da fábrica da Volkswagen em Portugal disse ao jornal que "a paragem dos estivadores já implicou o não envio de cerca de seis mil unidades para o seu mercado de destino", salientando que a "situação pode colocar em causa a operação da fábrica [quando for] atingida a capacidade máxima de armazenamento de carros produzidos".
Na segunda-feira, aAgepordenunciou a inexistência de trabalho portuário nos terminais de contentores de Setúbal, sem que esteja decretada uma greve ao trabalho em horário normal, e pediu a intervenção do Ministério Público.
Os agentes de navegação notaram que apenas está decretada uma greve ao trabalho suplementar pelo Sindicato dos Estivadores e da Actividade Logística (SEAL).
A par desta paralisação dos precários decorre um greve ao trabalho suplementar, decretada pelos estivadores do SEAL, até 01 de janeiro de 2019 em defesa da liberdade de filiação sindical.
A greve em, causa abrange os portos de Lisboa, Setúbal, Sines, Figueira da Foz, Leixões, Caniçal (Madeira), Ponta Delgada e Praia da Vitória (Açores).
O Governo já disse que está a acompanhar a situação no Porto de Setúbal. Em declarações à agência Lusa, uma fonte do Ministério do Mar disse que a ministra Ana Paula Vitorino tem "mantido um diálogo contínuo" com vários operadores portuários.
Sindicato: "Porto de Setúbal está parado porque 90% dos trabalhadores são precários"
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