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Sérgio Figueiredo. O sedutor "viciado em poder"

Bruno Faria Lopes
Bruno Faria Lopes 18 de agosto de 2022 às 08:00

Foi jovem militante comunista, de origem humilde. Chegou a referência no jornalismo económico – e amigo dos poderosos. Dançou entre a EDP e os media e saiu a mal da TVI. Criticado por ir desempenhar cargo nas Finanças, Sérgio Figueiredo anunciou ontem que desistia do lugar.

Na manhã do dia 11 de setembro de 2001, a redação do Diário Económico teve um choque: o diretor, Sérgio Figueiredo, informava numa reunião que ia sair do jornal. Figueiredo, com 35 anos, liderava desde os 29 o único diário de economia na altura em Portugal e era uma referência. Saía a mal com o acionista do jornal, Pais do Amaral, que voltara atrás no projeto de fazer um canal de TV especializado em economia, para o qual Figueiredo já contratara figuras conceituadas. Mas saía a bem com os seus pares, que o admiravam. “Naquele dia foram dois choques: o da saída do Sérgio e o dos atentados [nos EUA]”, recorda Eduardo Moura, que integrava a direção do jornal. Outro jornalista, que chegaria ao DE após a saída do diretor, conta como “várias pessoas suspiravam pelo Sérgio na redação.” Quando “o Sérgio”, como é tratado no meio, lançou a edição diária do concorrente Jornal de Negócios foi com facilidade que recrutou talentos no DE. “Ele conseguia seduzir as pessoas”, diz Moura.

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