A manifestação nacional foi organizada pelo Movimento Democrático das Mulheres e começou cerca das 14h30 nos Restauradores, em Lisboa, tendo como destino final a praça do Município. À Lusa, Regina Marques, da direcção nacional do secretariado executivo do MDM, salientou que a questão laboral é o principal obstáculo à igualdade no tratamento das mulheres, sendo esse o tema da manifestação.
Quem saudou a marcha, que incluiu outras organizações que decidiram associar-se ao protesto, como é o caso da Associação Portuguesa de Juristas Democratas, foi o secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa.
Citado pela Lusa, Jerónimo afirmou que "as mulheres importantes" estavam na manifestação em Lisboa e não no 27º Congresso do CDS-PP – este sábado, em entrevista ao Expresso, Assunção Cristas afirmou que se vê como primeira-ministra e disse considerar-se melhor do que o novo líder do PSD, Rui Rio.
"Eu não entro nessa medição de forças. As mulheres importantes estão aqui hoje, não no congresso do CDS. As mulheres importantes estão aqui a lutar pelos salários, seus direitos e horários, coisas que não passam pelo congresso do CDS", afirmou o líder comunista.
Jerónimo de Sousa reiterou ainda a defesa por "salários e horários mais dignos e justos", mostrando-se contra a discriminação das mulheres, ao juntar-se à manifestação.
"Antes, o CDS tem de responder a uma possível frente de partidos com políticas de direita, por exemplo, quarta-feira, quando se vai discutir a legislação laboral. Qual é a posição do CDS? [Isto] é a 'posição das esquerdas' ou é antes uma opção de fundo por políticas que têm a ver com estes anseios e reivindicações das mulheres?", contrapôs, face ao anúncio de Assunção Cristas de que vai forçar as "esquerdas encostadas" a pronunciarem-se sobre o Programa de Estabilidade.
O secretário-geral comunista recusou também alongar-se num balanço sobre os dois anos de mandato do chefe de Estado, Marcelo Rebelo de Sousa, porque "cada Presidente sempre teve características e estilos próprios".
"O mais importante, para nós, é que assuma aquilo que é o seu juramento mais solene: defender, cumprir e fazer cumprir a Constituição da República, naturalmente também com o respeito pela separação de poderes", concluiu o líder do PCP.