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Rio e o resultado das eleições: "o povo é quem mais ordena e é mesmo"

04 de outubro de 2019 às 15:38
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À margem de um almoço com agentes culturais, no parque Mayer, em Lisboa, Rui Rio recusou traçar metas eleitorais ou clarificar se se recandidata à liderança do PSD em caso de derrota nas legislativas.

O presidente do PSD, Rui Rio, admitiu esta sexta-feira que "pode ganhar ou pode perder" aseleiçõesde domingo, e defendeu que "o povo é quem mais ordena" e "vota sempre bem".

À margem de um almoço com agentes culturais, no parque Mayer, em Lisboa, Rui Rio recusou traçar metas eleitorais ou clarificar se se recandidata à liderança doPSDem caso de derrota nas legislativas.

"Não entro naqueles ditos comuns do politicamente correto e dizer que 'vou ganhar, tenho toda a certeza' (...) Claro que tenho dúvidas, então vai haver eleições, eu sei lá quem vai ganhar, sei que posso ganhar e sei que posso perder", afirmou, dizendo que há dias que tem "uma intuição maior" do que em outros.

Questionado sobre o teor dessa intuição, o líder do PSD reconheceu que "obviamente não é fácil". "Obviamente é difícil, mas no domingo à noite, depois de contados os votos, se o PSD ganhar eu não fico muito admirado, mas se não ganhar também não fico, mais franqueza não pode haver", apontou.

À pergunta se, mesmo perdendo, irá recandidatar-se à liderança do PSD, Rio recusou entrar nessas "contas de cabeça". "O que é que me interessa a mim estar a pensar se me candidato, se não me candidato, se eu não conheço o resultado", questionou, apontando que já não tem 20 anos e não precisa de estar a pensar na sua carreira política.

"O povo vai votar e, como diz a canção, o povo é quem mais ordena e é mesmo. O povo vota sempre bem: se eu ganhar votou bem e se eu perder votou bem também, e eu respeito", vincou.

Rio reafirmou a sua disponibilidade para reformas estruturais, que apontou como "uma das primeiras razões" para se manter na vida política.

"Essa é a minha disponibilidade de raiz independentemente das táticas do momento, de 6 de outubro. Como isso se arranja no xadrez partidário logo se verá", disse.

Mas, questionado se tal não será apenas possível se ficar à frente do PSD, respondeu novamente de forma cautelosa.

"Sim, como primeiro-ministro ou como líder do PSD, isso é evidente. Agora é uma coisa a ser vista em função dos resultados, e os resultados não é só um número, é toda uma circunstancia", afirmou.

Em jeito de balanço, no último dia de campanha, Rio diz ter a certeza de "uma subida muito grande no apoio e na simpatia" para com o PSD, numa "maratona", que considera ter começado em março, com a elaboração do programa eleitoral do partido.

Já sobre o modelo diferente que quis implementar, o líder do PSD defendeu que os objetivos foram "completamente conseguidos", com menos comícios e mais sessões de esclarecimento e admitiu até que, no futuro, outros partidos possam seguir este exemplo.

Quanto à campanha, em sentido geral, considerou que "teve pontos positivos e com nível", apontando o consenso dado à questão das alterações climáticas como o melhor exemplo.

Rui Rio explicou que decidiu terminar a campanha em dois sítios emblemáticos: o parque Mayer, emblemático para Lisboa, onde juntou algumas figuras do teatro e da música, e o Largo do Carmo, emblemático para o país, onde terminará a 'arruada' no Chiado, logo à tarde.

"Foi ali que caiu o Estado Novo, foi ali que a democracia renasceu para Portugal", frisou, voltando a fazer um apelo contra a abstenção pelo "risco e muito trabalho de muitas pessoas" no passado para que se possa votar hoje em liberdade.

Além de que, na sua opinião, quem não votar "está a solidificar" a atual solução governativa, reiterando que se os resultados eleitorais forem semelhantes a 2015 o PS poderá voltar a entender-se com os partidos à sua esquerda.

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