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Ricardo Leão demite-se da federação de Lisboa do PS 

Débora Calheiros Lourenço
Débora Calheiros Lourenço 06 de novembro de 2024 às 13:55
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Esta quarta-feira foi publicado um artigo de opinião, com assinatura de António Costa, José Leitão e Pedro Silva Pereira onde é referido que o presidente da Câmara de Loures defendeu ordens de despejo, "sem dó nem piedade".

Depois de ter ouvido Pedro Nuno Santos, secretário-geral do PS, a referir que teve "um momento menos bom", e António Costa, antigo primeiro-ministro, a referir que "ofende gravemente os valores do PS", Ricardo Leão demitiu-se da presidência da federação da Área Urbana de Lisboa.  

ANTÓNIO COTRIM/LUSA

Numa nota enviada aos meios de comunicação social, Ricardo Leão refere que se decidiu "focar" no seu trabalho "na Câmara Municipal de Loures e prevenir que o Partido Socialista seja prejudicado por uma polémica criada pela descontextualização de uma recomendação aprovada por 64% dos Vereadores da Câmara Municipal de Loures".  

O autarca deixa ainda um agradecimento a Pedro Nuno Santos: "Agradeço a defesa pública do meu trabalho autárquico que é feita pelo secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos. Continuarei a trabalhar no exercício do meu mandato popular como presidente na Câmara de Loures, como sempre empenhado na aplicação dos princípios do socialismo democrático e do humanismo que coloca as pessoas, em especial os mais desprotegidos, as mulheres e as crianças, no centro da ação política com direitos e deveres iguais para todos e todas".  

Ricardo Leão anunciou ainda que será recandidato à Câmara de Loures: "Focar-me-ei na recandidatura autárquica em Loures, ciente do importante trabalho que temos desenvolvido em prol de todos e de todas". 

Esta quarta-feira foi publicado um artigo de opinião no jornal Público, com assinatura de António Costa, José Leitão e Pedro Silva Pereira onde é referido que o até então presidente do PS-Lisboa defendeu ordens de despejo, "sem dó nem piedade", de inquilinos de habitações municipais que participaram nos distúrbios que ocorreram na Área Metropolitana de Lisboa. 

No artigo intitulado "em defesa da honra do PS" é referido que "quando um dirigente socialista ofende gravemente os valores, a identidade e a cultura do PS, não há calculismo taticista que o possa desvalorizar". 

Na quarta-feira da semana passada afirmou na reunião pública da Câmara de Loures que defendia o despejo "sem dó nem piedade" para os inquilinos de habitações municipais que tenham participado nos distúrbios: "É óbvio que eu não quero que um criminoso que tenha participado nestes acontecimentos, se for ele o titular do contrato de arrendamento é para acabar e é para despejar, ponto final, parágrafo". O autarca falava no final da discussão de uma recomendação do Chega de alteração do regulamento municipal de habitação, permitindo despejar de casas municipais quem comete crimes. 

A recomendação foi aprovada com os votos favoráveis do Chega, do PS e do PSD e contra da CDU. O autarca manifestou ainda a intenção de imputar aos responsáveis pelos desacatos o pagamento dos cerca de 60 contentores que foram destruídos. 

Costa, José Leitão e Pedro Silva Pereira juntam-se assim ao coro de vozes críticas de Leão que incluem a líder parlamentar Alexandra Leitão, o ex-ministro da Educação João Costa ou o eurodeputado Francisco Assis. 

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