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Repórter SÁBADO: Socorro à margem da lei

Cláudia Rosenbusch
Cláudia Rosenbusch 17 de julho de 2024 às 23:00

Por todo o País, há ambulâncias dos bombeiros voluntários a prestar serviço ao INEM sem a formação exigida. “Estamos a pôr em risco milhares de vidas”, diz à SÁBADO um responsável.

Um mês antes de se demitir da presidência do INEM, Luís Meira assumia, no parlamento, o estado do socorro da emergência em Portugal. “Sobre a degradação do serviço, ela é inegável, não vale a pena estarmos aqui a dourar uma realidade que é conhecida de todos”, declarou, a 4 de junho, na Comissão de Saúde. Também reconheceu a falta de, pelo menos, 400 técnicos de emergência pré-hospitalar e anunciou que, este ano, em média, um terço das ambulâncias do INEM estariam inoperacionais. Não fossem os bombeiros voluntários e há muito que o sistema teria colapsado. “Os bombeiros não são apenas a coluna vertebral do sistema, eles são o esqueleto do sistema integrado de emergência médica”, admitia. O que não disse é que parte destes bombeiros voluntários estão a tripular ambulâncias sem a formação exigida por lei. “Isto é uma situação que não pode continuar. Estamos a pôr todos os dias em risco centenas para não dizer milhares de vidas”, diz à SÁBADO Paulo Paço, presidente da Associação Nacional de Técnicos de Emergência Médica (ANTEM). O INEM terá conhecimento da situação, mas como os bombeiros voluntários asseguram mais de 90% da emergência médica pré-hospitalar, pouco tem feito para resolver o problema.

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