Justiça

Quem é Pedro Frazão, o veterinário vice do Chega que ofendeu Joacine?

Sara Capelo , Maria Henrique Espada 15 de novembro de 2021

Começou por enviar sugestões para o Parlamento. Em dois anos ascendeu à cúpula do partido. Diz-se conservador nos costumes, nacionalista, patriótico – e de uma minoria.

Pedro Santos Frazão parou junto à porta do gabinete de Joacine Katar Moreira, na Assembleia da República, para criar um momento de "humor". Assim pensou ele, mas não a deputada, que tem uma advogada a preparar uma queixa-crime contra o vice-presidente do Chega. Frazão colocou dois dedos sobre o "lo" na palavra descolonizar e publicou a foto nas redes sociais com um "ciao, querida", alusivo ao expectável fim do mandato com a dissolução do parlamento. Joacine definiu-o como um comentário à imagem do que é o Chega, "misógino e homofóbico".

Frazão escusa-se agora a fazer mais declarações sobre o episódio que já admitiu ter estado "no limite". Apenas sublinha à SÁBADO que "esta publicação compromete-me apenas a mim e não ao partido". É uma forma de proteger a organização a que chegou apenas há dois anos. Depois das legislativas que levaram André Ventura ao parlamento sentiu "a mudança" e decidiu enviar propostas legislativas sobre o setor agropecuário, que conhece bem, para o gabinete do deputado. Passou a uma espécie de consultor; no congresso, de Évora, em 2020, foi chamado para vogal da direção. E agora é vice-presidente.

Pedro Frazão nasceu em Lisboa, a 27 de abril de 1975, no hospital militar da Lapa (o pai era militar), mas cresceu em Cacilhas. E ser de "Almada foi uma vacina prática anticomunista e antissocialista", diz. Contudo, seriam os impostos que lhe amputavam o salário, no Zoomarine (estudou Biologia na Universidade do Algarve, mas só concluiria outro curso, Medicina Veterinária, em Lisboa), a dar-lhe consciência política.

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