Sábado – Pense por si

PSD, PS, PCP e PEV realçam "consenso alargado" para alterar lei do financiamento

Diploma foi aprovado na quinta-feira passada com os votos contra do CDS-PP e do PAN.

O PSD, PS, PCP e PEV realçaram esta quarta-feira que as propostas para alterar a lei do financiamento dos partidos foram feitas "num quadro de consenso alargado" que apenas não mereceu "acolhimento pontual" por parte do CDS-PP. 

Parlamento
Parlamento

Numa nota à imprensa, os coordenadores do grupo de trabalho sobre o financiamento dos partidos sublinharam que da lei aprovada "não resulta nenhum aumento de subvenção estatal ou quaisquer encargos públicos adicionais para com os partidos políticos".

A nota é assinada pelos deputados do PSD José Silvano, Ana Catarina Mendes, do PS, António Filipe, do PCP, e José Luís Ferreira, do PEV. O BE e o CDS-PP também integraram o grupo de trabalho, mas não assinaram o documento.

Na referida nota, aqueles deputados recordam o início do processo legislativo, há um ano, e "por iniciativa do Tribunal Constitucional", que suscitou dúvidas de constitucionalidade sobre o regime jurídico institucional do financiamento político-partidário e sobre as "disfuncionalidades que tal regime acarretava".

No seguimento desses alertas, foi constituído um "grupo de trabalho informal com vista a encontrar soluções legislativas que fossem ao encontro das questões colocadas por aquele Tribunal". "Durante vários meses, cada grupo parlamentar representado naquele grupo de trabalho informal, apreciou o roteiro de sugestões apresentado pelo Tribunal Constitucional, reuniu com o seu presidente e vice-presidente e elaborou propostas no quadro de um consenso alargado que apenas não teve acolhimento pontual por parte do CDS-PP", sublinham os deputados.

Os deputados sustentam que foi "por consenso" que na última reunião da conferência de líderes o diploma foi agendado para o dia 21 de Dezembro para discussão e votação em plenário.

O diploma foi aprovado na quinta-feira passada com os votos contra do CDS-PP e do PAN. Cabe agora ao Presidente da República "decidir ou não pela sua promulgação no respeito pela lei e pela Constituição", afirmam.

No documento de 12 páginas que dirigiu em Outubro do ano passado à Assembleia da República, noticiado pela Lusa, o presidente do TC, Manuel Costa Andrade defendeu o reforço de meios e a "necessidade imperativa" de mudar o regime jurídico da fiscalização das contas e das campanhas "para evitar uma inevitável paralisia" ou agravamento dos "atrasos crónicos".

No documento, Manuel da Costa Andrade assumiu ter "uma série de dúvidas de constitucionalidade" sobre o actual modelo de fiscalização, considerando que viola as garantias de defesa, ao não prever instância de recurso.

Logo nesse documento, o juiz conselheiro sugeriu que a "solução mais indicada" e mais eficaz seria atribuir à Entidade das Contas e Financiamentos Políticos "a investigação das irregularidades e ilegalidades" e a eventual aplicação das coimas, com possibilidade de recurso para o Tribunal Constitucional.

Foi esta a solução legislativa adoptada no parlamento no que respeita aos alertas sobre a falta de instância de recurso.

No documento, o presidente do TC alertou também para a necessidade de rever o enquadramento legal das iniciativas de angariação de fundos de grande dimensão como a Festa do Avante!, do PCP, e a Festa do Chão da Lagoa, na Madeira, do PSD, cuja fiscalização "tem-se revelado problemática".

Neste ponto, a solução adoptada no parlamento foi pôr fim ao limite que existia para a obtenção de receitas através de iniciativas de angariação de fundos. Na lei actual, estas receitas "não podem exceder anualmente, por partido, 1500 vezes o valor do IAS" (Indexante de Apoios Sociais).

Descubra as
Edições do Dia
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui , para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana.
Boas leituras!
No país emerso

Por que sou mandatária de Jorge Pinto

Já muito se refletiu sobre a falta de incentivos para “os bons” irem para a política: as horas são longas, a responsabilidade é imensa, o escrutínio é severo e a remuneração está longe de compensar as dores de cabeça. O cenário é bem mais apelativo para os populistas e para os oportunistas, como está à vista de toda a gente.