O voto de protesto apresentado pela CDU pela alienação de imóveis no bairro das Eirinhas e em Miragaia por parte da Diocese do Porto foi aprovado por todas as forças políticas.
Os vereadores do PS, PSD, CDU e BE da Câmara do Porto foram esta quarta-feira unânimes em condenar a diocese por alienar imóveis nas Eirinhas e Miragaia, processo que consideraram estranho e que esperam que não se repita no futuro.
O voto de protesto apresentado pela CDU pela alienação de imóveis no bairro das Eirinhas e em Miragaia por parte da Diocese do Porto foi aprovado por todas as forças políticas.
Pelo PS, Tiago Barbosa Ribeiro considerou "muito estranho" o negócio realizado pela diocese que, defendeu, "deve ter um papel social no seu património".
Lembrando que os moradores das Eirinhas vivem "com o coração nas mãos", o socialista defendeu que o município deve usar todos os mecanismos legais para evitar que as operações urbanísticas possam ser desenvolvidas no bairro.
"Entendemos que a Igreja não está a cumprir o seu papel no Porto do ponto de vista social", acrescentou.
Em resposta, o presidente da Câmara do Porto, que já tinha criticado a alienação feita pela diocese, assim como a resposta que recebeu do bispo do Porto, avançou que o município poderá avançar com a classificação das casas das Eirinhas.
"Isso não garante a permanência das pessoas, mas a partir do momento que o processo se inicie começa a haver alguma proteção", esclareceu Rui Moreira.
Rua de MiragaiaAdrian Negura/CMTV
À semelhança do PS, também a vereadora social-democrata, Mariana Ferreira Macedo, disse não compreender o negócio realizado e lamentou as "barreiras, muros e silêncios" existentes entre a diocese e a autarquia.
"É com dificuldade que percebemos este negócio. Podem faltar elementos, mas custa-nos entender e, por vezes, na vida o mais difícil de ultrapassar é quando não entendemos algo", referiu a social-democrata, defendendo a necessidade da igreja se "explicar melhor".
Pela CDU, Joana Rodrigues, que na reunião substituiu Ilda Figueiredo, disse esperar que a diocese possa vir, de futuro, a proceder de forma diferente.
"Que este voto sirva para que a diocese possa ter outro tipo de procedimento", referiu, considerando o negócio levado a cabo "completamente incorreto".
Também o vereador Sérgio Aires, do BE, considerou o negócio "estranho do ponto de vista legal" e afirmou que esta "não é seguramente a igreja de [Papa] Francisco".
"Não se entende que façam uso do património que nem sequer é deles, foi-lhes oferecido mas com um fim específico", considerou o vereador, dizendo acreditar ser preciso "chamar à atenção e razão a Igreja".
No decorrer da discussão, o presidente da Câmara do Porto avançou que irá enviar uma carta ao núncio apostólico, o arcebispo Ivo Scapolo, a demonstrar a preocupação do município e que "a Igreja não se está a comportar como é tradição na cidade do Porto".
Rui Moreira acrescentou ainda que, até ao final do seu mandato, não irá aprovar nenhuma deliberação "no sentido de contribuir com qualquer tostão para a Igreja Católica".
As casas das Eirinhas, propriedade da diocese, foram alvo de uma permuta, sendo o novo proprietário uma empresa de construção civil, o que levou os moradores a temerem ficar sem casa, revelou, na altura, o Jornal de Notícias (JN).
Num comunicado publicado na sua página oficial da Internet, a Diocese do Porto explicou que as permutas que fez de alguns dos seus imóveis, que têm sido alvo de críticas, não têm como intuito fazer dinheiro para o transferir para outros negócios.
Este esclarecimento da diocese surgiu depois de o Correio da Manhã (CM) adiantar que aquela terá permutado três prédios de quatro andares em Miragaia por três T1 avaliados, cada um, em 200 mil euros.
O jornal estima ainda que cada um dos prédios valia pelo menos 1,5 milhões de euros.
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui ,
para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana. Boas leituras!
Para poder adicionar esta notícia aos seus favoritos deverá efectuar login.
Caso não esteja registado no site da Sábado, efectue o seu registo gratuito.
A escola é um espaço seguro, natural e cientificamente fundamentado para um diálogo sobre a sexualidade, a par de outros temas. E isto é especialmente essencial para milhares de jovens, para quem a escola é o sítio onde encontram a única oportunidade para abordarem múltiplos temas de forma construtiva.
O humor deve ser provocador, desafiar convenções e questionar poderes. É um pilar saudável da liberdade de expressão. Mas quando deixa de ser crítica legítima e se transforma num ataque reiterado e desproporcional, com efeitos concretos e duradouros na vida das pessoas, deixa de ser humor.
O poder não se mede em tanques ou mísseis: mede-se em espírito. A reflexão, com a assinatura do general Zaluzhny, tem uma conclusão tremenda: se a paz falhar, apenas aqueles que aprendem rápido sobreviverão. Nós, europeus aliados da Ucrânia, temos de nos apressar: só com um novo plano de mobilidade militar conseguiríamos responder em tempo eficaz a um cenário de uma confrontação direta com a Rússia.