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"Príncipe do ilhéu da Pontinha" foi detido pela GNR da Madeira

Renato Barros foi constituído arguido pelo crime de desobediência aos agentes da autoridade

O "Príncipe da Pontinha", Renato Barros, foi detido esta manhã pela GNR da Madeira. A ordem de detenção foi emitida por o auto-intitulado "príncipe do ilhéu da Pontinha" se ter oposto a uma ordem de execução judicial de encerramento de instalações no ilhéu.

"A GNR foi dar apoio a uma diligência processual para proceder ao encerramento das instalações [no ilhéu] e a detenção dá-se no momento em que o senhor Renato Barros se opôs à decisão", explicou Marco Nunes, o porta-voz da GNR da Madeira.

O detido saiu algemado do "Principado" e foi levado ao comando territorial da GNR no Funchal, onde foi constituído arguido pelo crime de desobediência aos agentes da autoridade. Entretanto foi já libertado e o processo foi remetido para o Ministério Público.

Veja abaixo Renato Barros a ser conduzido pela GNR.

A história do "principado da Pontinha" remonta a Agosto de 1903, quando o rei de Portugal, D. Carlos I, procedeu, mediante Carta Régia, à venda em hasta pública do Forte de São José, localizado num pequeno ilhéu junto ao porto do Funchal.

Quase cem anos depois, em Outubro de 2000, o imóvel foi adquirido por Renato Barros, sem este saber inicialmente que a Carta Régia documentava não só a venda da propriedade, como também o domínio do ilhéu.

Foi assim que o professor decidiu auto-denominar-se "príncipe do ilhéu da Pontinha".

O "principado" teve já alguns episódios marcantes, como, por exemplo, em Fevereiro de 2017, quando José Manuel Coelho, deputado eleito à Assembleia Legislativa Regional, foi pedir "asilo político" ao auto-proclamado príncipe, para fugir à prisão de um ano a que tinha sido sentenciado.

"Vim fugido da República Portuguesa porque me querem prender aos fins de semana", declarou José Manuel Coelho numa chegada encenada àquele rochedo que o proprietário Renato Barros auto-proclamou independente, acrescentando: "A República Portuguesa pode roubar-me o salário e tudo o que tenho, mas não me pode roubar o sentido de humor e o desejo de liberdade".

Na altura, o deputado regional também exibiu um suposto bilhete de identidade "emitido e assinado pelo príncipe Renato I".

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