O chefe de Estado falou com os autarcas e inteirou-se do que está a ser feito para resolver a questão de escassez de água devido à seca. "Não atiro pedra a ninguém, não atiro pedra aos autarcas, que estão a fazer o que podem, nem ao Governo, que está a fazer o que pode", frisou o Presidente da República. "Agora vamos ver se aquilo que estão a fazer todos. Espero bem que chegue para resolver os problemas de curtíssimo prazo e que encaminhe os problemas de curto prazo", continuou Marcelo, que falava aos jornalistas no final da sua intervenção no Congresso Nacional de Estudantes de Medicina - CNEM 2017, que decorreu hoje na Reitoria da Universidade Nova de Lisboa.
Marcelo Rebelo de Sousa sublinhou que a visita à barragem de Fagilde revelou "a seca na sua expressão mais evidente: três metros e meio de altura [de água] naquela barragem". Mas, "também ouvi os autarcas dizerem o que estão a fazer e o que estão a acertar com o Governo. E o que é que estão a fazer? No curtíssimo prazo transporte de água por camiões cisterna, um esforço conjunto de vários municípios, para já reunindo quatro ali, mas a ideia é alargar o esforço a oito", prosseguiu o chefe de Estado.
Além disso, também estão previstos "furos para encontrar mais água, aproveitamento de água de pedreiras, isto é, recurso a tudo o que possa ser uma ajuda para o curtíssimo prazo", acrescentou.
"Depois, no curto prazo, [estão previstas] medidas já muito avançadas para aumentar a capacidade existente nas albufeiras, em conjunto com o Governo, ligação entre os vários subsistemas para circulação de água, planeamento de novas estruturas para o futuro, mas de concretização a prazo não muito longo", disse.
"Portanto, achei que as ideias estavam muito claras na cabeça dos presidentes de câmara e na conversa que tinham tido com o Governo quanto àquilo que era preciso fazer de imediato", explicou, adiantando que os autarcas apontaram que, depois de fazerem as contas, excluíram o transporte de água por comboio, preferindo os sistemas de camiões cisterna.
Em suma, os autarcas informaram o Presidente da República do que estão a planear fazer no "curtíssimo prazo" e ainda no horizonte de "um/dois anos", isto "supondo obviamente que entretanto não há, com a chuva, capacidade de melhorar o panorama atual".
A barragem de Fagilde abastece 130 mil pessoas dos concelhos de Mangualde, Nelas, Viseu e Penalva do Castelo.
Mais dias sem chuva
Este sábado, de acordo com oCorreio da Manhã, a previsão do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) é que a chuva só vira depois do dia 20 de Novembro.
"Na semana que termina a 26, a indicação é de prepcipitação acima dos valores habituais para a época do ano", escreve o jornal.