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Pena suspensa para mulher que tentou matar marido à facada

09 de dezembro de 2020 às 15:24
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O tribunal decidiu suspender a pena tendo em conta a inexistência de antecedentes criminais, o divórcio entretanto registado do casal e a inserção social, familiar e profissional da arguida.

O Tribunal Judicial de Braga condenou hoje a cinco anos de prisão, com pena suspensa, uma mulher que em 2018 tentou matar o marido à facada em Marinhas, Esposende, distrito de Braga.

A arguida, de 37 anos, foi condenada pelo crime de homicídio qualificado, na forma tentada.

Para a suspensão da pena, terá de aceitar submeter-se a tratamento psicológico ou psiquiátrico e cumprir um plano de adaptação social.

A arguida terá ainda de indemnizar a vítima em 6.000 euros.

O tribunal deu como provado que a arguida quis matar o marido e que agiu com especial censurabilidade e perversidade, sendo "elevadíssimo" o grau de ilicitude.

Sublinhou ainda o facto de a arguida ter dado uma facada "com força, de cima para baixo", nas costas do marido, numa altura em que este estava a dormir.

Contra a arguida pesou ainda a não ter confessado os factos e a ausência de arrependimento.

O tribunal decidiu suspender a pena tendo em conta a inexistência de antecedentes criminais, o divórcio entretanto registado do casal e a inserção social, familiar e profissional da arguida.

O tribunal teve ainda em conta que o casal vive atualmente em locais "completamente distintos".

"É importante mentalizarem-se de que a vida em comum acabou. Tentem ser felizes cada um para o seu lado. Muitas felicidades", rematou a juiz presidente.

Os factos remontam à madrugada de 11 de abril de 2018, no interior da residência do casal.

O tribunal deu como provado que a arguida, de 36 anos, manteve uma discussão com o marido, após o que este foi dormir para um quarto.

O homem adormeceu "de barriga para baixo" e a arguida, por volta das 03:30, foi ao quarto munida de uma faca de gume serrilhado e desferiu um golpe, "com força e de cima para baixo", na zona das costas do marido.

Acabou por ser uma filha do casal a ligar para o INEM, a pedir socorro.

O arguido deu entrada no hospital ainda com a lâmina da faca cravada nas costas.

Em tribunal, a arguida negou a intenção de matar, tendo mesmo dito que tudo não passou de um acidente no decorrer de mais uma discussão do casal.

Segundo contou, a vítima terá caído em cima da faca.

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