Decidir e multar em casos de alegado racismo ou xenofobia – como o do polémico cartaz no Seixal – cabe a apenas três pessoas: um jurista de 81 anos, um ativista e rapper e a comissária para as migrações. Não há atas das decisões, não se sabe como vota cada conselheiro nem a fundamentação.
A carta registada chegou à sede do PSD Seixal, e o candidato Bruno Vasconcelos foi levantá-la aos correios. Foi a única interação com a CICDR (Comissão para a Igualdade e Contra a Discriminação Racial), que enviou a carta. Tinha 10 dias para responder: houve duas denúncias à CICDR por “alegado tratamento discriminatório” no cartaz com Mao Tse Tung que dizia “Mao Mao Maria” e “Depois de 45 anos a comer arroz, vais votar nos mesmos de sempre?” As queixas à CICDR foram-lhe remetidas (embora nunca sejam tornadas públicas) e uma é de um particular, outra, aponta o candidato à SÁBADO, “de um senhor que é candidato do MAS, o que mostra que isto é mesmo só política”. Seja o que for, o candidato nada mais sabe sobre a queixa, a decisão da CICDR e como ela foi tomada.