A primeira-dama ucraniana, que esteve hoje em Lisboa, criticou a inação da comunidade internacional e as suas respostas ao conflito ucraniano.
A primeira-dama ucraniana, Olena Zelenska, apelou à responsabilização das organizações internacionais e que sejam exigidas respostas para o conflito na Ucrânia. Numa intervenção nas Conferências do Estoril, em Estoril, Zelenska salientou que o futuro da Ucrânia pode estar em risco pelo risco que correm as crianças ucranianas.
EPA/ANTONIO PEDRO SANTOS
"Mais de 19 mil crianças foram levadas para a Rússia, um crime que não recebeu atneção insuficiente", denunciou Zelenska. "Ao envolvermo-nos nestas discussões hoje, devemos avaliar criticamente a eficácia das organizações internacionais e as suas respostas, ou melhor, a sua inação", sublinhou ao falar sobre o tema "Como manter vivo o espírito de uma nação em tempo de guerra perante quase mil dias de conflito contínuo?".
Segundo Zelenska, na Ucrânia atual também se reavalia a importância de coisas muito simples e quotidianas que agora se tornaram indisponíveis por causa da invasão russa, exemplificando com a simplicidade de chamar um táxi para o aeroporto, entrar num avião e chegar a Portugal em apenas quatro horas. "Em total contraste, um míssil russo pode atingir um lar pacífico em Kharkiv em apenas 30 segundos. Comprimir as vidas de civis inocentes é um momento insuportável de terror. Além disso, geralmente não são dados mais de dois minutos para estancar o sangramento de uma pessoa ferida por bombardeamento. A urgência da guerra remodela nossa compreensão do tempo. Decisões críticas devem ser tomadas em segundos, enquanto a agonia de suportar a guerra estende o tempo para uma provação sem fim", lamentou.
"À medida que nos envolvemos em discussões significativas hoje, concentremo-nos em resultados tangíveis. Não se trata apenas da Ucrânia. Trata-se da segurança eclética da nossa comunidade global. Nenhum crime está demasiado distante para nos preocupar a todos e cada ato de violência representa uma ameaça à nossa humanidade partilhada", acrescentou a mulher do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.
Para Zelenska, encontros internacionais como o que decorre esta quinta e sexta-feira em Portugal, "são um microcosmo do mundo", pelo que as ações que hoje se escolherem tomar "moldarão o futuro coletivo".
"A Ucrânia tem lições valiosas para compartilhar sobre a resistência às ameaças que enfrentamos na última década de agressão da Rússia. Redefinimos a abordagem à segurança. Se alguém a ameaça, a humilha por anos, diz que não tem o direito de existir, tudo isso deve ser encarado como um ato hostil, não apenas uma manobra retórica", avisou.
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