Iniciativa deverá dar entrada no dia 28 na Procuradoria-Geral da República.
Mais de 110 mil pessoas já assinaram a petição associada à queixa-crime que será apresentada contra três elementos do Chega: o seu presidente, André Ventura, o líder parlamentar Pedro Pinto e o assessor Ricardo Reis.
António Pedro Santos/Lusa
A queixa-crime deve-se às declarações proferidas acerca das circunstâncias da morte de Odair Moniz, que foi alvejado fatalmente por um agente da PSP. As assinaturas estão a ser recolhidas via Internet desde sexta-feira e, de acordo com a agência Lusa, a petição será entregue esta segunda-feira, 28.
Em causa estão crimes como instigação à prática de crime, apologia da prática de crime e incitamento à desobediência coletiva, devido a declarações dos três elementos do Chega em meios de comunicação social e redes sociais.
"Como são crimes contra o Estado de Direito, podemos constituir-nos como assistentes no processo e auxiliar o Ministério Público na investigação. Faremos questão disso", afirmou à Lusa Miguel Prata Roque, jurista e uma das pessoas que primeiro avançou com a iniciativa.
Este domingo, ocorrem as cerimónias fúnebres de Odair Moniz, um dia depois da manifestação que juntou milhares de pessoas na Avenida da Liberdade em Lisboa e que foi convocada pelo Movimento Vida Justa. Os manifestantes gritaram "Violência policial, violência cultural", "os bairros unidos jamais serão vencidos" e, em crioulo cabo-verdiano, "Nu sta junta, Nu sta forti [Nós estamos juntos, nós estamos fortes]".
Cláudia Simões, cidadã que acusou um agente da PSP de a agredir, numa paragem de autocarro na Amadora, em 2020, falou num palco improvisado no fim do protesto para dizer que passou "pelo mesmo sistema" de violência policial. "Somos castigados e ainda saímos do tribunal como criminosos. Espero que este processo não passe em branco como o meu", afirmou, salientando que a polícia trata as pessoas de alguns bairros "como lixo".
A Inspeção-Geral da Administração Interna e a PSP abriram inquéritos à morte de Odair Moniz, e o agente que baleou o homem foi constituído arguido.
Na sequência deste incidente, na noite de segunda-feira registaram-se desacatos no Zambujal e, desde terça-feira, noutros bairros da Área Metropolitana de Lisboa, onde foram queimados autocarros, automóveis e caixotes do lixo.
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui ,
para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana. Boas leituras!
Para poder adicionar esta notícia aos seus favoritos deverá efectuar login.
Caso não esteja registado no site da Sábado, efectue o seu registo gratuito.
Para poder votar newste inquérito deverá efectuar login.
Caso não esteja registado no site da Sábado, efectue o seu registo gratuito.
O espaço lusófono não se pode resignar a ver uma das suas democracias ser corroída perante a total desatenção da opinião pública e inação da classe política.
É muito evidente que hoje, em 2025, há mais terraplanistas, sim, pessoas que acreditam que a Terra é plana e não redonda, do que em 1925, por exemplo, ou bem lá para trás. O que os terraplanistas estão a fazer é basicamente dizer: eu não concordo com o facto de a terra ser redonda.
O regresso de Ventura ao modo agressivo não é um episódio. É pensado e planeado e é o trilho de sobrevivência e eventual crescimento numa travessia que pode ser mais longa do que o antecipado. E que o desejado. Por isso, vai invocar muitos salazares até lá.