Sábado – Pense por si

O Joãozinho abandona construção da ala pediátrica do São João

A associação "levou ao limite a sua missão relativa à construção por via mecenática da ala pediátrica", revelou o presidente da associação O Joãozinho.

A AssociaçãoO Joãozinhovai abandonar definitivamente a construção da ala pediátrica do Hospital de São João, noPorto, da qual tem titularidade, por ter levado ao "limite a sua missão mecenática", anunciou hoje à Lusa o presidente.

Pedro Arroja contou que a associação "levou ao limite a sua missão relativa à construção por via mecenática da ala pediátrica", tendo dado instruções ao consórcio das construtoras para levantar durante esta semana o estaleiro da obra que se encontra nos terrenos da unidade hospitalar.

"Conforme estabelecido no acordo de cooperação [entre associação e hospital], todos os trabalhos já realizados por esta associação relativos à construção da nova ala pediátrica, e que se encontram integralmente pagos, são doados ao Centro Hospitalar de São João", referiu.

O presidente da associação recordou que há mais de três anos que aguarda que o Hospital de São João lhe ceda o espaço, cumprindo a cláusula 1.ª do acordo de cooperação, para prosseguir a empreitada, interrompida em março de 2016.

A ala pediátrica já poderia estar concluída e paga pela Associação O Joãozinho se "não fossem os impedimentos colocados pela administração do hospital e pelo Governo", frisou Pedro Arroja.

"Desde há um ano, por virtude do escândalo público causado pela intervenção de pais das crianças internadas nos atuais contentores que servem de ala pediátrica, o Governo passou a anunciar de forma recorrente, embora sem nunca concretizar, que iria fazer aquela obra", lembrou.

Estando em causa o "bem maior" das crianças lá internadas e a "urgência" de as livrar daquelas condições, Pedro Arroja assumiu não desejar "constituir-se impedimento para que o Governo e a administração do centro hospitalar realizem a obra que prometeram iniciar a partir do final de abril".

Há dez anos que o Hospital de São João tem um projeto para construir uma ala pediátrica, mas desde então o serviço tem sido prestado em contentores.

Em fevereiro, a ministra da Saúde, Marta Temido, reuniu no Porto com Pedro Arroja, com o porta-voz da Associação Pediátrica Oncológica do Hospital de São João e com elementos da administração do hospital para tentar estabelecer um acordo.

Nessa ocasião, a governante reafirmou que as obras da nova ala pediátrica começam no final deste ano ou início do próximo.

Contudo, não houve acordo entre as partes envolvidas no processo, e a associação interpôs uma ação cível em tribunal para obrigar o hospital a libertar o espaço destinado à ala pediátrica. Dias depois, o hospital anunciou ter desencadeado os procedimentos legais para a tomada de posse administrativa do terreno.

O parlamento aprovou em novembro, por unanimidade, a proposta de alteração do PS ao Orçamento do Estado para 2019, de forma a prever o ajuste direto para a construção da ala pediátrica.

Descubra as
Edições do Dia
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui , para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana.
Boas leituras!
Bons costumes

Um Nobel de espinhos

Seria bom que Maria Corina – à frente de uma coligação heteróclita que tenta derrubar o regime instaurado por Nicolás Maduro, em 1999, e herdado por Nicolás Maduro em 2013 – tivesse melhor sorte do que outras premiadas com o Nobel da Paz.

Justa Causa

Gaza, o comboio e o vazio existencial

“S” sentiu que aquele era o instante de glória que esperava. Subiu a uma carruagem, ergueu os braços em triunfo e, no segundo seguinte, o choque elétrico atravessou-lhe o corpo. Os camaradas de protesto, os mesmos que minutos antes gritavam palavras de ordem sobre solidariedade e justiça, recuaram. Uns fugiram, outros filmaram.

Gentalha

Um bando de provocadores que nunca se preocuparam com as vítimas do 7 de Outubro, e não gostam de ser chamados de Hamas. Ai que não somos, ui isto e aquilo, não somos terroristas, não somos maus, somos bonzinhos. Venha a bondade.