Ministro da Defesa referia-se a uma alegada autorização sua da escala de caças F-35 com destino a Israel na Base das Lajes, nos Açores.
O presidente do CDS-PP e ministro da Defesa, Nuno Melo, reiterou este sábado que o seu Ministério “não tem nada a ver” com os aviões norte-americanos com destino a Israel que fizeram escala nas Lajes e disse-se alvo de mentiras.
Hugo Delgado/LUSA_EPA
“Para mim é impressionante que uma notícia que é falsa na substância possa ter feito o seu caminho durante 24 horas, a propósito daquilo que não passa por mim, porque não tem nada que ver com a Defesa Nacional, criando perceções erradas nas pessoas para que, se calhar, no fim do dia se estranhe que os extremismos crescem”, reagiu Nuno Melo.
Nuno Melo falava à margem de uma ação de campanha em Viseu, enquanto líder do CDS-PP, acompanhando o candidato das eleições autárquicas de 12 de outubro, mas foi abordado na rua, também, enquanto governante.
Nuno Melo referiu-se, nas declarações aos jornalistas, a uma alegada autorização sua da escala de caças F-35 com destino a Israel na Base das Lajes, nos Açores.
O Governo esclareceu que a passagem das aeronaves norte-americanas aconteceu sem comunicação prévia ao chefe da diplomacia portuguesa, Paulo Rangel, uma “falha de procedimento”, anunciou o Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE), que disse quer apurar responsabilidades.
O primeiro-ministro, Luís Montenegro, sublinhou hoje um outro aspeto, o de que “o Governo não interveio em nenhum ato” que possa ser entendido como venda de armamento militar a Israel.
“Lutar pela verdade é também, cada vez mais, uma luta pela liberdade e pela democracia, porque as chamadas ‘fake news’, as notícias falsas, distorcem o regime democrático, poluem o debate público, causam um dano terrível e, realmente, ajudam à ascensão dos extremismos”, defendeu.
“Uma notícia sobre factos que me eram atribuídos, que nunca pratiquei, sobre competências da Defesa Nacional, que a Defesa Nacional não tem, mas que ainda assim fez o seu caminho, criando essa perceção, que é falsa e levando até a reações”, disse.
Nuno Melo disse que um pedido de autorização dos aviões para aterrar nas Lajes é algo que “não existe” e “é completamente absurdo”.
O governante atacou ainda “comentadores de televisão, de referência” a dizer que o ministro da Defesa “tinha autorizado, sem informar outra área da tutela, o envio de caças e isto é tão ridículo, tão falso, tão mentiroso, tão absurdo, que impressiona que a mentira faça um curso tão fácil e que reputados comentadores, em cima dela, tenham prelações de sapiência que os devia envergonhar a todos”.
“A mentira não pode fazer caminho, não pode criar falsas perceções. O debate público precisa de verdade para que assente na verdade, seja saudável e chegando a palavra, tal e qual é proferida ao destinatário, então a opção dos eleitores seja consciente. Se a verdade é distorcida ou manipulada, o que chega ao destinatário é mentira e isso é absolutamente insuportável em democracia”, defendeu.
Questionado se está disponível para ser ouvido no parlamento, o ministro da Defesa assumiu-se “parlamentar na essência”.
“Gosto muito de ir ao parlamento e estarei no parlamento com todo o gosto, não sei é para dizer o quê, porque eu vou ao parlamento dar explicações sobre aquilo que não tem a ver com a Defesa Nacional? Não é ridículo? Transforma o debate público numa coisa esotérica, aprece que estamos a viver numa realidade paralela”, apontou.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) reconheceu na quinta-feira uma falha de procedimento, a nível interno, quando não foi informado pelos serviços de que aviões norte-americanos F-35 com destino a Israel iriam passar pela base das Lajes, nos Açores.
O movimento das aeronaves, em abril, foi alvo de um parecer favorável da AAN (Autoridade Aeronáutica Nacional), que depende do Ministério da Defesa Nacional, e teve “comunicação e autorização tácita”, segundo o MNE.
A falha, de acordo com o Governo, não permitiu que houvesse um alerta para um nível político que permitisse a tomada de uma decisão de oposição.
PS, PCP e Livre já anunciaram que vão chamar ao parlamento o chefe da diplomacia, Paulo Rangel, e também o ministro da Defesa, Nuno Melo, cuja demissão foi pedida pelo Bloco de Esquerda e recusada pelo primeiro-ministro, Luís Montenegro.
Nuno Melo diz-se alvo de mentiras sobre aviões nas Lajes
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui ,
para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana. Boas leituras!
Para poder adicionar esta notícia aos seus favoritos deverá efectuar login.
Caso não esteja registado no site da Sábado, efectue o seu registo gratuito.
Para poder votar newste inquérito deverá efectuar login.
Caso não esteja registado no site da Sábado, efectue o seu registo gratuito.
Por incúria, má-fé, incompetência ou irresponsabilidade institucional o estado português dá o flanco e é assim que se caminha para a desgraça em todas as guerras.
A inteligência artificial já é utilizada para detetar padrões de comportamento anómalos nas redes governamentais e militares, permitindo identificar ciberataques antes que causem danos significativos.
Os municípios portugueses têm tido um papel fulcral na promoção da saúde, do bem-estar e da inclusão. E é justamente neste âmbito que se destaca o contributo que a psicologia como ciência e profissão pode dar no cumprimento e na otimização dessa missão.