Em Lisboa foram decretadas restrições a ajuntamentos devido à pandemia. Partido mantém evento e teve "reunião preparatória" com a PSP.
O Chega vai manter a manifestação agendada para sábado e estima que poderá juntar cerca de 1.500 pessoas que defendem que Portugal não é racista, ainda que em Lisboa tenham sido decretadas restrições a ajuntamentos devido à pandemia.
O presidente do Chega, André Ventura, endereçou na terça-feira duas cartas à Câmara Municipal de Lisboa e ao Ministério da Administração Interna, nas quais manifesta a "intenção de realizar uma manifestação em Lisboa, no próximo sábado dia 27 de junho, organizada, calma e pacífica, cumprindo ao máximo as regras do distanciamento social e outras que o bom senso dite, de forma a assegurar a segurança máxima de todos os participantes".
O protesto, cujo objetivo é contrariar a ideia de que "Portugal é um país racista e de que existe na sociedade um problema de racismo estrutural", está marcada para as 14:00 e sairá do Marquês de Pombal em direção ao Terreiro do Paço.
"Nós, portugueses, orgulhosos do nosso país e da nossa história -- com todos os seus defeitos e qualidades; nós, portugueses, que não somos racistas e que defendemos a sociedade multicultural com todos os seus direitos e deveres, temos de sair à rua e mostrar que recusamos todos os epítetos pejorativos que nos querem colar", lê-se na missiva endereçada a Fernando Medina e Eduardo Cabrita, à qual a Lusa teve acesso.
O grupo coordenador da manifestação teve hoje uma "reunião preparatória" com a PSP, e fonte do Chega disse à Lusa que são esperadas cerca de "1.500 pessoas no total".
À saída da reunião com especialistas para avaliar a situação epidemiológica da covid-19 em Portugal, no Infarmed, em Lisboa, o presidente do Chega confirmou a reunião, na qual não esteve presente.
"O Chega reuniu-se hoje com o Comando Metropolitano da PSP de Lisboa para definir as condições, a forma em que decorrerá com toda a segurança e toda a normalidade a manifestação do próximo sábado", afirmou André Ventura aos jornalistas.
De acordo com fonte do Chega, o partido comprometeu-se a disponibilizar ao Comando Metropolitano de Lisboa da PSP, até ao final da semana, o número de pessoas que se deslocarão a Lisboa a partir de outras zonas do país, uma vez que foram mobilizadas as distritais do partido para organizarem a deslocação a Lisboa de mais manifestantes.
De acordo com a mesma fonte, a PSP "não colocou entraves, de todo" à realização da manifestação, mesmo tendo em conta as restrições de ajuntamentos decretadas pelo Governo devido à evolução da pandemia de covid-19 na Área Metropolitana de Lisboa.
Ainda assim, foram dados conselhos para "manter o distanciamento e ter cuidados com cartazes que possam ser exibidos, para que corra tudo de forma pacífica", indicou a fonte, que integrou a delegação do Chega na reuniã com o Comando Metropolitano de Lisboa da PSP.
Apesar de "até ao momento não haver uma ameaça concreta" em termos de "infiltrações de grupos extremistas na manifestação", a PSP disse ao Chega estar a "monitorizar tudo o que está a ser dito, especialmente nas redes sociais".
O líder do Chega já tinha transmitido à Lusa que vão estar presentes voluntários na manifestação a distribuir máscaras e gel desinfetante a quem não tiver.
Na segunda-feira, à saída de uma reunião com o Presidente da República, Ventura foi confrontado com o anúncio de na Área Metropolitana de Lisboa voltaram a ser proibidos ajuntamentos de mais de dez pessoas, e afirmou que iria contactar o ministro da Administração Interna e o gabinete do primeiro-ministro, António Costa, "para garantir que as decisões que forem tomadas em matéria de saúde pública serão respeitadas pelo Chega".
Defendendo que "a saúde está sempre em primeiro lugar", naquele dia o deputado único do Chega admitiu que, se for preciso cancelar a manifestação de sábado, ela será realizada mais tarde, em Lisboa ou noutro ponto do país.
Novas regras em Lisboa? Chega mantém manifestação com 1.500 pessoas
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