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Nova tragédia com incêndios? Costa quer resolver, "não demitir-se"

09 de maio de 2018 às 17:02
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O primeiro-ministro, António Costa, reiterou que a responsabilidade de um governante perante um problema "não é demitir-se, é resolvê-lo".

O primeiro-ministro, António Costa, reiterou hoje que a responsabilidade de um governante perante um problema "não é demitir-se, é resolvê-lo", confrontado pelo PSD com a entrevista do Presidente da República sobre incêndios.

No debate quinzenal, o líder parlamentar do PSD, Fernando Negrão, salientou que Marcelo Rebelo de Sousa, em entrevista à Renascença e Público, admitiu não se recandidatar caso se repitam as tragédias dos incêndios e lembrou que António Costa, em recente entrevista à Visão, tinha dito que não se demitiria caso se registassem novos problemas.

"Esta sua posição decorre do facto de achar que o Governo não teve qualquer responsabilidade ou que, se acontecerem, continuará a negar as suas responsabilidades?", questionou.

"Eu assumo sempre as minhas responsabilidades e a responsabilidade de um governante quando há um problema não é demitir-se, é resolvê-lo, é isso que eu farei", respondeu António Costa.

No debate, Negrão considerou que, a poucas semanas do início da época dos incêndios, "em vez de dar sinais de tranquilidade, os sinais que têm surgido são de incompetência", apontando como exemplo a falta de apoios a agricultores e industriais, os meios aéreos ainda não garantidos ou a notícia de hoje do Público de que falta equipamento aos elementos do Grupo Especial de Combate Contra Incêndios (GIPS).

"Temos hoje, dia 09 de maio, um dispositivo de combate aos fogos devidamente apetrechado e pronto a entrar em acção?", inquiriu Negrão.

Na resposta, o primeiro-ministro salientou que o Governo tem estado a cumprir "a par e passo" as resoluções do Conselho de Ministros que integraram as recomendações da Comissão Técnica Independente proposta por iniciativa do PSD.

Quanto ao GIPS, lembrou que estes grupos não foram reforçados nos últimos dez anos e, em 2018, terão o dobro dos efetivos, que estão a ser equipados "em ritmo acelerado".

"Iremos continuar a par e passo a cumprir as resoluções de forma a que o dispositivo esteja nas melhores condições possíveis para enfrentar a ameaça quando ela se concretizar", assegurou.

O debate entre Negrão e Costa terminou no mesmo tom tenso em que decorreu desde o início, quando o líder parlamentar do PSD introduziu na discussão o caso José Sócrates.

"Os dois temas que escolheu para este debate dizem tudo sobre o estado do PSD e qual é mesmo a postura do PSD no debate político em Portugal", criticou o primeiro-ministro, recebendo muitos aplausos da bancada do PS.

Dizendo que o Governo irá manter-se "sereno e determinado" na sua acção política e na prevenção dos incêndios, António Costa 'despediu-se' de Negrão com um pouco habitual "Boa tarde, senhor deputado", numa altura em que o debate iria continuar com outros partidos.

O líder parlamentar do PSD pediu a palavra quando já não tinha tempo de intervenção e, ao ser questionado sobre qual a figura regimental invocada, respondeu: "A figura regimental é só acenar ao primeiro-ministro e dizer: Boa tarde, senhor primeiro-ministro".

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