Os candidatos à Assembleia do Livre, órgão máximo entre congressos, deixaram críticas ao funcionamento nos últimos dois anos, apelando à união e respeito entre membros e órgãos do partido.
Os candidatos à Assembleia do Livre, órgão máximo entre congressos, deixaram hoje críticas ao funcionamento nos últimos dois anos, apelando à união e respeito entre membros e órgãos do partido para que este cresça e se afirme.
Manuel Almeida/Lusa
O XII Congresso do Livre arrancou hoje no Convento de São Francisco, em Coimbra, e grande parte dos trabalhos foi dedicada às intervenções dos candidatos à Assembleia, órgão máximo entre congressos, composto por 50 membros eleitos uninominalmente e que conta com cerca de 80 candidaturas.
Pela primeira vez na sua história, o Livre conta com duas listas candidatas ao Grupo de Contacto (direção) e uma das críticas deixadas pela lista ‘B’ é o facto de a Assembleia, nos últimos dois anos, não ter sido "envolvida nos processos de orientação, decisão e negociação políticas conducentes à afirmação do partido".
Ao longo das intervenções ouviram-se críticas quanto ao funcionamento da Assembleia cessante que Diana Barbosa, uma das fundadoras do partido, chegou a dizer que por vezes se assemelhava a um "espaço de ‘bullying’": "não nos esqueçamos que os nossos inimigos não são os nossos camaradas".
Bernardo Vidal subiu ao púlpito para dizer que "o Livre só pode existir se tiver a pretensão de resolver os problemas das pessoas".
"É por isso que aqui estou hoje para fazer parte de uma solução de uma Assembleia forte e ativa, não uma Assembleia de senadores, mas uma Assembleia com vontade de trabalhar, de lutar, e tornar o Livre a plataforma de participação política de quem acredita num mundo mais verde, solidário e mais igual", sustentou.
Jorge Pinto, cabeça-de-lista do partido pelo círculo do Porto nas legislativas de janeiro, deixou um aviso aos camaradas: "os egos, a ambição política, a vontade de mais visibilidade, até a vontade de participar, [são] tudo coisas legítimas, mas é preciso que nada disto nos impeça de ver que um partido é sempre um meio e nunca é um fim em si mesmo", disse.
Num dos discursos mais aplaudidos pelos congressistas, Tomás Cardoso Pereira, dirigente e diretor da campanha para as legislativas de janeiro, considerou que o Livre "é o local para debater as ideias, longe das chicanas políticas de secretaria".
Na opinião do dirigente, a Assembleia "é para, internamente, travar discussões ideológicas e programáticas saudáveis, que ajudem a dar corpo à visão do partido, sempre em colaboração estreita e não em competição com o Grupo de Contacto" e outros órgãos, como disse ter assistido nos últimos dois anos.
"O que mais me custou […] foi ver esta Assembleia refém de comportamentos desrespeitosos, agressivos e completamente inaceitáveis na tradição da discussão interna e cordial que o Livre tinha, tem e continuará a ter, por muito que alguns insistam em tentar baixar o nível do debate", acrescentou.
Neste sentido, Tomás Cardoso Pereira defendeu que o que deve unir os membros do partido "são as ideias, porque a força do Livre é a força das ideias", entre elas, o novo pacto verde, a justiça fiscal ou o feminismo.
Também Miguel Bento apelou à união entre órgãos, comprometendo-se a trabalhar para a "agilização e interligação necessária para a assembleia e os outros órgãos" e mais tarde Pedro Mendonça, porta-voz do Grupo de Contacto cessante, desincentivou a criação de "guetos" internos.
O Livre iniciou hoje em Coimbra o seu XII Congresso, que vai eleger os novos órgãos e terá pela primeira vez duas listas candidatas à direção, com a oposição interna a pedir mais pluralidade de vozes do partido.
A reunião do órgão máximo do partido termina no domingo, com a eleição dos órgãos nacionais para o mandato 2022-2024.
No Livre critica-se o passado e pede-se união para futuro
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui ,
para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana. Boas leituras!
Para poder adicionar esta notícia aos seus favoritos deverá efectuar login.
Caso não esteja registado no site da Sábado, efectue o seu registo gratuito.
Para poder votar newste inquérito deverá efectuar login.
Caso não esteja registado no site da Sábado, efectue o seu registo gratuito.
Do Minho ao Algarve, 22 sugestões para gozar os fins-de-semana prolongados de dezembro. E ainda: médicos prescrevem atividades como dança ou jardinagem; de onde vem o dinheiro para as Presidenciais?
Nos próximos dez anos, ninguém nos garante que André Ventura não se tornará Primeiro-Ministro e que não tente um assalto à Constituição para construir a prometida “quarta república” onde vigorarão os tais “três Salazares”.