Salomé Sebastião pede que sejam accionados "os mecanismos" necessários para que se resolva o caso. Américo Sebastião foi raptado em 2016.
Salomé Sebastião, mulher de um empresário português raptado em 2016 emMoçambique, pediu hoje, em Lisboa, a intervenção parlamentar portuguesa no caso, ao abrigo das relações institucionais entre Portugal e Moçambique, afirmando que "não vai desistir".
Numa carta dirigida ao presidente da Assembleia da República, Ferro Rodrigues, Salomé Sebastião pede que sejam accionados "os mecanismos" necessários para que se resolva o caso, salientando que "Portugal e o Estado português têm que agir".
"Portugal e Moçambique são dois países irmãos e tem que haver mecanismos que sejam accionados para que tudo se resolva", frisou a mulher do empresário, em declarações à imprensa, na Assembleia da República.
Salomé Sebastião exortou a uma "intervenção firme, forte e digna do Estado português perante um seu cidadão".
A esposa de Américo Sebastião considerou que Portugal e o Estado português "não podem ficar passivos perante este caso muito grave, gritante, de um atentado a um cidadão português perdido algures em África".
Ainda assim, Salomé Sebastião acredita que há "vontade para que no futuro se consiga realmente a boa tramitação de todos os procedimentos conducentes ao resgate" de Américo "e trazê-lo à liberdade".
"Peço ajuda ao Estado português e que o Estado aja", sublinhou.
A mulher do empresário português garantiu que não vai desistir, referindo que "quanto mais o tempo passa, mais firme" está e mais certeza tem "de que tudo vai acabar bem".
Salomé Sebastião adiantou que entregou na quarta-feira uma carta ao Governo pedindo uma "intervenção política ao mais alto nível" e um "acompanhamento da boa tramitação da petição entregue em Moçambique".
Durante o seu discurso, Salomé Sebastião lembrou a comemoração da Declaração Universal dos Direitos Humanos e afirmou que se Moçambique e Portugal "realmente entenderem essa Declaração Universal e a colocarem em prática", então o seu marido "tem a vida protegida e a sua liberdade será readquirida".
A esposa do empresário raptado avançou que também vai entregar hoje a carta ao Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, apelando que seja "o porta-voz desta questão humanitária perante os Governos de ambos os países, perante as instâncias internacionais, nomeadamente a União Europeia", e outras "instâncias da comunidade internacional".
Quanto ao futuro, Salomé Sebastião revelou que tem "mais acções pensadas", nomeadamente a nível da União Europeia, que serão postas em prática já em janeiro.
No início de dezembro, a esposa de Américo Sebastião entregou uma petição no parlamento moçambicano em que pediu ajuda para o esclarecimento do caso, arquivado pela justiça, mas sobre o qual a família julga ter indícios que poderiam ajudar a descobrir o empresário.
Américo Sebastião foi raptado num posto de combustíveis na manhã de 29 de Julho de 2016, em Nhamapadza, distrito de Maringué, na província de Sofala, no centro de Moçambique.
Segundo a família, os raptores usaram os cartões de débito e crédito para levantarem "4.000 euros", não conseguindo mais porque as contas foram bloqueadas logo que foi constatado o desaparecimento.
Nunca mais se soube do paradeiro do empresário desde o rapto, perpetrado por homens fardados, que algemaram o empresário e o colocaram dentro de uma das duas viaturas descaracterizadas com que deixaram o posto.
Portugal ofereceu por várias vezes a cooperação judiciária e judicial acordada entre os dois países para se tentar localizar Américo Sebastião, o tema foi discutido ao mais alto nível entre os dois países, mas as autoridades moçambicanas recusaram a ajuda nas investigações.
Mulher de empresário raptado em Moçambique volta a apelar à intervenção do Estado português
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A condenação do CSMP assenta na ultrapassagem das limitações estatutárias quanto à duração dos mandatos e na ausência de fundamentos objetivos e transparentes nos critérios de avaliação, ferindo princípios essenciais de legalidade e boa administração.
A frustração gera ressentimento que, por sua vez, gera um individualismo que acharíamos extinto após a grande prova de interdependência que foi a pandemia da Covid-19.