"A esperança é sempre a última a morrer e estamos sempre expectantes que se atinja uma solução", defendeu Francisco São Bento.
O porta-voz dosindicato de motoristas de matérias perigosas, Pedro Pardal Henriques, admitiu hoje recorrer à justiça para "responsabilizar todos aqueles que violaram as leis" na greve.
"Estamos a estudar todas as consequências de tudo aquilo que aconteceu durante o pré-aviso de greve e agora durante a greve e iremos pedir à justiça portuguesa para responsabilizar todos aqueles que violaram as leis", disse Pedro Pardal Henriques.
Em Aveiras de Cima (Lisboa), onde se juntou ao piquete de greve, o porta-voz do sindicato de motoristas de matérias perigosas disse estar "a estudar todas as ilegalidades" e que pedirá à justiça a responsabilização de "todos aqueles que não cumpriram aquilo que deveriam ter cumprido", evitando nomear concretamente o Estado ou o Governo, que decretou a requisição civil.
Antes, o presidente do mesmo sindicato, Francisco São Bento, disse "aguardar com expectativa" a marcação de uma reunião negocial com a Antram - Associação de Transportadores Rodoviários de Mercadorias na qual "se consigam atingir objetivos que sejam benéficos par todos".
O presidente do sindicato sublinhou a "abertura" demonstrada pela Antram para "aceitar a negociação" e anunciou que a direção do SNMMP tem também hoje "estado a articular com outros sindicatos e comissões de trabalhadores" as propostas a apresentar na reunião.
"A esperança é sempre a última a morrer e estamos sempre expectantes que se atinja uma solução", acrescentou Francisco São Bento, admitindo que no plenário marcado para domingo, em Aveiras, será discutida, entre outras, a proposta de desconvocar a greve e de os motoristas se recusarem a trabalhar mais de oito horas por dia.
A Antram anunciou hoje estar disponível para integrar um processo de mediação junto da Direção-Geral do Emprego e das Relações de Trabalho.
Os motoristas de matérias perigosas cumprem hoje o sexto dia de uma greve convocada por tempo indeterminado, depois de ter falhado um acordo mediado pelo Governo numa reunião que durou cerca de 10 horas.
A falta de acordo foi comunicada pelo porta-voz do sindicato de motoristas de matérias perigosas e, posteriormente, confirmada pela Antram e pelo ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos.
A greve começou na segunda-feira, 12 de agosto, por tempo indeterminado, para reivindicar junto da Antram o cumprimento do acordo assinado em maio, que prevê uma progressão salarial.
A paralisação foi inicialmente convocada pelo SNMMP e pelo SIMM, mas este último sindicato desconvocou o protesto na quinta-feira à noite, após um encontro com a Antram sob mediação do Governo.
No final do primeiro dia de greve, o Governo decretou uma requisição civil, parcial e gradual, alegando incumprimento dos serviços mínimos que tinha determinado.
No domingo vai realizar-se em Aveiras de Cima um plenário no qual o sindicato discutirá com os associados as bases da negociação com a associação patronal.l
Motoristas admitem recorrer à Justiça para responsabilizar quem violou leis
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O Estado português falha. Os sucessivos governos do país, falham (ainda) mais, numa constante abstração e desnorte, alicerçados em estratégias de efeito superficial, improvisando sem planear.
A chave ainda funcionava perfeitamente. Entraram na cozinha onde tinham tomado milhares de pequenos-almoços, onde tinham discutido problemas dos filhos, onde tinham planeado férias que já pareciam de outras vidas.