Presidente da Câmara de Lisboa considerou que os socialistas devem "refletir muito bem antes de tomar uma decisão sobre a moção de confiança".
O presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas (PSD), disse esta sexta-feira que o Governo "foi obrigado" a apresentar uma moção de confiança e defendeu que "o país não quer ir para eleições", apelando à responsabilidade política do PS.
"O Governo [de PSD/CDS-PP, que governa sem maioria absoluta] foi obrigado a lançar esta moção de confiança. Há uma responsabilidade aqui de todos, obviamente, mas há uma responsabilidade do maior partido da oposição [o PS]. Os portugueses querem estabilidade, querem continuar a ter um Governo e esse Governo deve continuar em funções", afirmou Carlos Moedas, que é também membro do Conselho Nacional do PSD e do Conselho de Estado.
O autarca de Lisboa falava aos jornalistas após uma reunião do Conselho Municipal de Segurança, a primeira deste ano, que decorreu nos Paços do Concelho, com a presença dos comandantes do Comando Metropolitano de Lisboa da Polícia de Segurança Pública (PSP) e da Polícia Municipal de Lisboa, Luís Elias e José Carvalho Figueira, respetivamente.
Questionado se o previsível cenário de eleições antecipadas pode ser evitado com a aceitação da proposta do PS de uma comissão parlamentar de inquérito sobre a situação do primeiro-ministro relativa à empresa Spinumviva, o presidente da Câmara de Lisboa respondeu que "o país tem de continuar a funcionar" e que os autarcas estão preocupados com a situação política nacional, porque estão "muito próximos da população e aquilo que a população diz é que não quer eleições".
"As pessoas, obviamente, estão chocadas com o momento que estamos a viver no país em termos políticos. […] eu estou chocado com esta possibilidade de voltar a ter eleições. Não faz sentido nenhum para as pessoas", declarou o social-democrata.
Repetindo, por várias vezes, que "o país não quer ir a eleições", Carlos Moedas apelou à responsabilidade política do PS, como maior partido da oposição do Governo liderado por Luís Montenegro (PSD), considerando que os socialistas devem "refletir muito bem antes de tomar uma decisão sobre a moção de confiança".
"Eu sei que estamos a viver um momento no país, estou consciente desse momento, mas o que preocupa as pessoas na rua é a vida de todos os dias, são estas situações de segurança que acontecem na cidade", ressalvou o autarca do PSD, indicando que em Lisboa está "sempre a trabalhar nessa estabilidade", uma vez que também governa sem maioria absoluta.
Na quarta-feira à noite, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, admitiu eleições antecipadas em maio, após o primeiro-ministro, Luís Montenegro (PSD), ter anunciado uma moção de confiança que tem chumbo prometido dos dois maiores partidos da oposição, PS e Chega, e que deverá ditar a queda do Governo na próxima semana.
A moção de confiança ao Governo de PSD/CDS-PP, que governa o país sem maioria absoluta, foi aprovada na quinta-feira em Conselho de Ministros, prevendo-se que seja debatida e votada na próxima terça-feira.
O voto de confiança foi avançado por Luís Montenegro no arranque do debate da moção de censura do PCP, que foi rejeitada com a abstenção do PS na Assembleia da República, e em que voltou a garantir que "não foi avençado" nem violou dever de exclusividade com a empresa que tinha com a família, a Spinumviva.
Se a moção de confiança for rejeitada na terça-feira no parlamento, o Presidente da República convocará de imediato os partidos ao Palácio de Belém, "se possível para o dia seguinte", e o Conselho de Estado, "para dois dias depois", admitindo eleições entre 11 ou 18 de maio.
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