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Ministra rejeita saúde em "modelo de supermercado" baseada em vales

13 de janeiro de 2020 às 10:28
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Marta Temido respondeu ao bastonário dos Médicos que defendeu que o SNS crie "vales consulta" para os casos em que são ultrapassados tempos de espera ou que o Estado comparticipe os exames quando o doente tem de recorrer ao setor privado ou social.

A ministra da Saúde, Marta Temido, rejeitou esta segunda-feira a visão da saúde num "modelo de supermercado", baseado em vales para utilização no setor privado ou social.

No parlamento, onde hoje está a ser ouvida sobre o Orçamento do Estado para 2020, Marta Temido afirmou que o Governo não acredita num "modelo de saúde de supermercado, baseado em vales, vales consulta, vales cirurgia [etc]".

As declarações de Marta Temido surgem depois de no sábado o bastonário da Ordem dos Médicos ter sugerido, numa entrevista à agência Lusa, a criação de vales consulta para serem usados no setor privado e social quando são ultrapassados os tempos máximos de resposta no Serviço Nacional de Saúde (SNS).

O bastonário dos Médicos defendeu que o SNS crie "vales consulta" para os casos em que são ultrapassados tempos de espera ou que o Estado comparticipe os exames quando o doente tem de recorrer ao setor privado ou social.

A ideia seria criar para as consultas um mecanismo semelhante ao das cirurgias, em que os doentes recebem um vale para poderem realizar a operação numa entidade privada ou do setor social quando são ultrapassados os tempos clinicamente aceitáveis de espera.

No programa da sua recandidatura à liderança da Ordem, o bastonário Miguel Guimarães estabelece como objetivo "defender a medicina de proximidade", respeitando a "liberdade de escolha e os direitos dos doentes, nomeadamente no que diz respeito à comparticipação de meios complementares de diagnóstico e terapêutica".

Em entrevista à Lusa, o bastonário, candidato único ao cargo nas eleições de 16 de janeiro, recorda que "muitos doentes acabam por ir a consultas no privado ou social por estarem demasiado tempo à espera".

"Os tempos máximos de resposta garantidos acabam por não ter uma consequência direta naquilo que deveriam ter. Se o SNS não consegue dar resposta, então vamos complementar com o setor privado ou social para ver se temos resposta para o doente. E o Estado assume a responsabilidade financeira, naturalmente. Nas cirurgias isso já existe", argumentou.

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