Tem sido questionada a falta de capacidade de resposta dos serviços públicos no tratamento e emissão do cartão do cidadão.
A ministra da Justiçaidentificou os Registos e Notariado como o setor que historicamente mais se avançou no domínio da modernização e da simplificação, mas reconheceu que esta é hoje uma "área em dificuldades, enfrentando fortes dores de crescimento".
Francisca Van Dunem falava no encerramento dos Encontros de Inovação na Justiça, evento, no âmbito do qual será apresentado, o estudo de conceção para uma Prisão do Século XXI, desenvolvido em parceria pela Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais e a Faculdade de Arquitetura da Universidade de Lisboa, sob a coordenação do Instituto de Gestão Financeira e Equipamentos da Justiça (IGFEJ).
Na sua intervenção, a ministra lembrou que a criação das ferramentas "na hora" e a concentração de valências, fazendo-as convergir em pontos únicos, produziram "resultados virtuosos e alteraram qualitativamente a resposta do Estado em matéria registral".
"Mas essa é hoje uma área em dificuldades, enfrentando fortes dores de crescimento. O que quero dizer-lhes é que as dificuldades que hoje aí se registam são temporárias e não nos conduzirão ao desalento nem à conformação. Antes nos impelirão a agir com maior determinação, mais empenho e mais criatividade na busca de soluções que permitam restabelecer, rapidamente, a normalidade na prestação de serviços cuja essencialidade para os nossos concidadãos bem conhecemos", disse.
A observação feita pela titular da pasta da Justiça ocorre numa altura em que tem sido questionada a falta de capacidade de resposta dos serviços públicos no tratamento e emissão do cartão do cidadão, com sindicatos do setor a alertar para o estrangulamento dos serviços por falta de pessoal e a Ordem dos Notários a disponibilizar-se para colaborar e ajudar na resolução do problema.
Segundo a ministra, é preciso "não permitir que decaiam as condições geradoras desses modelos de trabalho e de resposta que foram totalmente inovadores" e é também preciso "aprofundar a inovação com iniciativas que se mostrem adequadas a satisfazer melhor os cidadãos na sua relação com o Estado".
Numa sessão dedicada à inovação, à transformação digital e às redes colaborativas, salientou que em Portugal o Estado fez um "grande esforço compreensão e de aproximação às necessidades dos cidadãos", com a criação do Programa SIMPLEX e do SIMPLEX +, que aprofundou o primeiro.
Falou ainda do Programa Justiça + Próxima e defendeu que o movimento de aproximação tem de começar no interior da administração do Estado, pela "compreensão adequada das suas missões, pela valorização dos seus agentes, pelo estímulo à sua participação ativa nos processos de mudança, pela quebra da apatia que leva à da inércia na sugestão e pela libertação da capacidade crítica na avaliação da racionalidade de métodos e procedimentos.
Considerou, por outro lado, que na Justiça - tanto nas áreas transversais de suporte, como nas tecnologias, nas várias áreas de engenharia construtiva ou em novas áreas especializadas, como as perícias digitais - é necessário "conhecimento intensivo aplicado", a exigir "recursos humanos altamente qualificados".
"É preciso extrair o máximo rendimento da enorme capacidade instalada que o setor público detém, no seu conjunto gerando sinergias, através do modelo de parcerias orientadas para projetos", argumentou.
A ministra aludiu à apresentação de importantes projetos de transformação digital na justiça, destacando o Hub da Justiça, o novo interface de trabalho dos magistrados substituindo as anteriores versões do Citius e do SITAF e a plataforma de serviços digitais on line.
Referiu também o trabalho interinstitucional aplicado em estudos de conceção dos novos estabelecimentos prisionais, do modelo de prisão para o século XXI, em linha com o Plano de Requalificação do Edificado Prisional apresentado pelo Governo ao parlamento em 2017.
Apontou ainda cinco protocolos de colaboração com instituições universitárias, em matérias como a utilização de dados para estudos e projetos de investigação, bem como de estudos de conceção de edificado de tribunais.
Ministra da Justiça reconhece que setor dos registos enfrenta dificuldades e "dores de crescimento"
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui ,
para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana. Boas leituras!
Para poder adicionar esta notícia aos seus favoritos deverá efectuar login.
Caso não esteja registado no site da Sábado, efectue o seu registo gratuito.
Para poder votar newste inquérito deverá efectuar login.
Caso não esteja registado no site da Sábado, efectue o seu registo gratuito.
Brigitte e Emmanuel nada têm a ganhar com este processo que empestará ainda mais a atmosfera tóxica que rodeia o presidente, condenado às agruras políticas de um deplorável fim de mandato
Esta ignorância velha e arrastada é o estado a que chegámos, mas agora encontrou um escape. É preciso que a concorrência comece a saber mais qualquer coisa, ou acabamos todos cidadãos perdidos num qualquer festival de hambúrgueres