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Metro do Porto: Três novas ligações em Gondomar, Maia e Gaia em estudo

07 de fevereiro de 2017 às 15:43
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Enquanto a rede não é expandida, Rui Moreira revelou que a Câmara estudará soluções para resolver alguns problemas de mobilidade na cidade

O ministro do Ambiente anunciou hoje que serão efectuados estudos técnicos para expandir futuramente a rede da Metro do Porto a três novas linhas, designadamente a Gondomar, Maia e Gaia, sem existirem, contudo, garantias de financiamento.

Em reunião do conselho de administração da Metro do Porto, que se realizou esta manhã, "ficou combinado que há três outras linhas que irão ter, do ponto de vista dos estudos, igual calendário" às duas novas ligações no Porto e em Gaia que serão construídas até 2021, afirmou João Pedro Matos Fernandes.

Em conferência de imprensa, o ministro referiu que os estudos serão efectuados para uma nova ligação a Gondomar, que ligará o Estádio do Dragão (Porto), por Contumil, até ao centro daquele município, para uma ligação entre o pólo universitário da Asprela, junto ao Hospital de S. João (Porto), e a Maia e uma terceira que ligará a Casa da Música (Porto) até às Devesas (em Gaia), "com uma ponte".

"É da maior importância garantir, num futuro mais próximo possível, toda a coesão territorial com os concelhos a norte e a nascente da cidade do Porto, e uma segunda ligação a Gaia, concelho densamente povoado", referiu Matos Fernandes, salientando que no âmbito deste quadro comunitário de apoio (2014-2020) "não será possível" encontrar financiamento.

"No âmbito deste quadro comunitário de apoio não será possível [encontrar financiamento para estas três linhas], só será possível num futuro pacote financeiro integrado noutro quadro comunitário de apoio", disse, acrescentando acreditar que tal será "possível".

Matos Fernandes reafirmou considerar "errado" não se prever a expansão das redes dos metros do Porto e de Lisboa neste quadro comunitário de apoio, uma vez que "outros países da Europa têm projectos como estes a serem financiados".

O ministro do Ambiente adiantou também que, face aos estudos efectuados agora no âmbito da expansão da rede do metro do Porto demonstrarem que a ligação ISMAI (Maia) - Trofa não é rentável, o Governo "está a estudar uma solução" de mobilidade que garanta a ligação à Trofa.

"Porque sabemos e reconhecemos a injustiça cometida com o retirar do canal de comboio na Trofa, estamos a estudar uma solução que garanta a integridade daquele público como canal público para a mobilidade", disse, acrescentando tratar-se de "um estudo de transporte que não inclua o modo ferroviário mas que garanta a solução, que será construída e desenhada com a Câmara da Trofa".

Sobre as ligações Casa da Música - Estação de S. Bento, no Porto, e Santo Ovídeo - Vila D'Este, em Gaia, hoje anunciadas como as próximas a construir no âmbito da expansão da rede do Metro do Porto e cujos concursos públicos deverão ser lançados em maio de 2018, Matos Fernandes considerou serem aquelas "que fazem mais sentido e geram maior procura".

O ministro destacou ainda que, "das novas estações integradas nestas linhas", o metro vai servir o Centro Materno-Infantil e o Hospital de Santo António, no Porto, e o Hospital Santos Silva, em Gaia, "três pólos geradores de grande tráfego".

"Dentro deste Governo, a política do transporte ganha uma dimensão muito expressiva e isso só é possível com o regresso dos investimentos", sublinhou.

Matos Fernandes congratulou-se que, "com os 500 milhões de euros conseguidos através do Plano Nacional de Reformas e completados pelo Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos (PO SEUR)", se consiga agora "fazer três linhas completas" nos metropolitanos do Porto (duas) e de Lisboa (ligação do Cais do Sodré ao Rato).

Câmara do Porto estuda "novas soluções de transporte urbano" para a cidade

O presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, anunciou hoje que estão a ser estudadas "novas soluções de transporte urbano" para a cidade que possam complementar a rede de metro.

A autarquia está a estudar "a adopção de meios suaves na cidade", mas também "soluções metrobus que podem, enquanto a rede [do Metro do Porto] não se expande", resolver alguns problemas de mobilidade na cidade, disse Rui Moreira aos jornalistas.

Falando em conferência de imprensa realizada após o anúncio da decisão de se avançar com duas linhas no âmbito da expansão da rede do Metro do Porto, Moreira frisou que estas novas soluções de transporte urbano dependiam do que foi hoje anunciado.

"Estas soluções apenas poderiam ser fechadas após a decisão da linha agora apresentada [para o Porto] e são facilitadas pela passagem, que espero para breve", da gestão da Sociedade de Transportes Colectivos do Porto (STCP) para seis autarquias da Área Metropolitana.

Sobre a construção de uma nova linha - Rosa - na cidade, que ligará a Casa da Música à estação de S. Bento, passando pela Galiza e Hospital de S. António, Rui Moreira destacou que "andaram bem, o Governo e a Metro, quando colocaram acima de qualquer outro legítimo interesse o interesse público".

"Não podia ser de outra forma. Numa altura em que escasseiam os recursos tinham que ser os estudos de procura e de custo/benefício a determinar as linhas que seriam construídas, ninguém entenderia se fosse de outra forma", vincou o autarca.

Afirmando que "há mais de 10 anos que não se constrói linha de metro na cidade do Porto", Moreira congratulou-se com o "regresso ao investimento num meio de transporte que o Grande Porto adoptou como seu, que ajudou de forma decisiva a baixar os níveis de CO2 na cidade, que veio resolver importantes problemas do tráfego automóvel e que hoje ajuda numa nova dinâmica que a cidade tem vindo a ganhar".

O autarca independente elogiou o ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes, pela "forma determinada como soube colocar o tema no Conselho de Ministros" e como soube "encontrar instrumentos para o seu financiamento".

Também o primeiro-ministro, António Costa, "teve nesta matéria a coragem de inverter uma lógica de investimento na rede de metro nas duas principais metrópoles nacionais", destacou Moreira.

O autarca do Porto aproveitou ainda a ocasião para revelar que anunciará na sexta-feira a proposta vencedora do concurso para o terminal intermodal de Campanhã, "que se articula perfeitamente com esta estratégia" por se tratar de "uma obra fundamental para a reorganização e ordenamento de transportes do Porto" que, contudo, "espera este investimento pelo menos há 14 anos".

No dia 6 de Novembro, a autarquia revelou que o concurso público para a concepção do terminal intermodal de Campanhã, no Porto, previsto há mais de uma década, recebeu "mais de duas dezenas de propostas".

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