A saída de Maria Laurência Gemito surge numa altura em que Reguengos de Monsaraz regista o maior surto de Covid.-19 no Alentejo.
O Sindicato dos Médicos da Zona Sul solidarizou-se com a diretora executiva do ACES (Agrupamento de Centros de Saúde) Alentejo Central, que se demitiu, e considerou que esta saída decorre de "medidas arbitrárias" tomadas pela Administração Regional de Saúde.
Em comunicado, o sindicato diz que a saída dos responsáveis pelo ACES Alentejo surgiu na sequência de "medidas arbitrárias tomadas pela ARS (Administração Regional de Saúde) do Alentejo relativamente ao surto de Covid-19 numa Estrutura Residencial para Idosos de Reguengos de Monsaraz" e sublinha a "dignidade e coragem" da decisão.
"Desde logo o SMZ [Sindicato dos Médicos da Zona Sul] releva a dignidade e a coragem da tomada de posição dos responsáveis do ACES Alentejo Central, ao assumirem a sua recusa em pactuar com os métodos ilegítimos utilizados pela ARS do Alentejo, que constitui um exemplo fortemente contrastante com a prática a que as administrações politicamente nomeadas nos têm habituado", refere o sindicato.
A estrutura sindical acrescenta também que "esta atitude vem confirmar as denúncias do SMZS quanto à ilicitude da mobilização forçada de médicos para trabalhar numa instituição e concelho diferentes daqueles em que estão colocados e contratados e confirma a gestão casuística e sem critério dos recursos humanos disponíveis em tempo de pandemia".
"É tempo de acabar com a desorganização e com os tiques de autoritarismo que julgávamos já não ter lugar na Saúde", considera o SMZS, apelando para que sejam alterados os critérios de nomeação para os cargos de decisão em termos de gestão e planeamento da Saúde.
O sindicato pede ainda a substituição do conselho diretivo da ARS Alentejo, considerando que "não tem condições para continuar em funções".
A demissão da diretora executiva do ACES Alentejo Central, Maria Laurência Gemito, foi conhecida na segunda-feira quando a responsável revelou que tinha abandonado o cargo, alegando que ia voltar a lecionar na Universidade de Évora.
Esta saída acontece numa altura em que Reguengos de Monsaraz (Évora), um dos concelhos pertencentes ao ACES Alentejo Central, regista o maior surto de covid-19 no Alentejo, com pelo menos 14 óbitos e 136 casos ativos.
Depois de a ARS do Alentejo ter confirmado a suspensão das férias, até à próxima sexta-feira, de todos os médicos, enfermeiros e outros prestadores de cuidados primários do distrito de Évora devido a este surto da doença, o Sindicato Independente dos Médicos (SIM) exigiu a revogação imediata da medida.
A presidente da sub-região de Évora da Ordem dos Médicos considerou "abusiva" e sem "suporte legal" a decisão da ARS de destacar médicos deste ACES para o lar de Reguengos de Monsaraz e o SMZS denunciou no domingo o que disse ser, por parte da ARS, uma "mobilização forçada de médicos" do ACES do Alentejo Central, do Hospital do Espírito Santo de Évora e da Unidade Local de Saúde do Norte Alentejano.
Médicos solidários com diretora dos centros de saúde do Alentejo que se demitiu
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