Sábado – Pense por si

Maria José Morgado e Euclides Dâmaso defendem "afinações" ao MP

Num texto de opinião publicado na SÁBADO, a antiga Procuradora-Geral da República e o procurador-geral adjunto jubilado apelam a que o Ministério Público dirija as investigações e à formação especializada dos magistrados.

A antiga Procuradora-Geral da República (PGR), Maria José Morgado, e o procurador-geral adjunto jubilado, Euclides Dâmaso, assinam esta semana naSÁBADOum artigo em que apelam a uma maior aposta no papel de dirigente das investigações por parte do Ministério Público (MP), entre outras "afinações", quando se assinalam "46 anos de publicação da primeira Lei Orgânica do Ministério Público". 

pgr, procuradoria, geral, republica
pgr, procuradoria, geral, republica Francisco Rivotti / Record 

No texto de opinião intituladoO Ministério Público em abril (afinações de percurso), consideram que é importar "recentrar e revitalizar a matriz do MP", tendo por base a "realização da Justiça através da Verdade". Para que tal seja possível acreditam que o papel de dirigente da investigação criminal deve recair sobre o MP e não sobre os órgãos de polícia criminal, mantendo sempre as "margens de autonomia técnica e tática" necessárias.  

Ambos acreditam que esta é uma forma de o MP garantir "maior distanciamento e objetividade na análise". 

Outra das "afinações" apresentadas é a criação de um "colégio de procuradores-gerais regionais e de procuradores adjuntos coordenadores nos Supremos Tribunais". Este colégio teria como objetivo "analisar regulamente questões de natureza operacional, de articulação de iniciativas processuais e de homogeneização de interpretações legais e procedimentos nas diversas regiões, instâncias e jurisdições". 

Ao mesmo tempo é essencial "garantir elevado nível de formação e experiência dos magistrados".  

Maria José Morgado e Euclides Dâmaso reforçam ainda a necessidade de "assegurar o efetivo funcionamento da cadeia hierárquica em matéria penal", "sem prejuízo da autonomia técnico-científica de cada magistrado". 

Uma das principais críticas feitas à Justiça em Portugal é a sua morosidade e esse é também um dos ajustes que a antiga PGR e o procurador-geral adjunto jubilado consideram que deve ser feito, especialmente tendo em conta que a demora pode "originar insuportável compressão dos direitos de cidadania": "Evitar a duração excessiva das investigações, sobretudo depois de ter sido publicitada a identidade dos suspeitos ou arguidos".  

Por fim consideram também que o MP pode beneficiar, "muito", se aceitar e compreender as críticas, "internas ou externas", que lhe são feitas.

Artigos Relacionados
Descubra as
Edições do Dia
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui , para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana.
Boas leituras!
Bons costumes

Um Nobel de espinhos

Seria bom que Maria Corina – à frente de uma coligação heteróclita que tenta derrubar o regime instaurado por Nicolás Maduro, em 1999, e herdado por Nicolás Maduro em 2013 – tivesse melhor sorte do que outras premiadas com o Nobel da Paz.

Justa Causa

Gaza, o comboio e o vazio existencial

“S” sentiu que aquele era o instante de glória que esperava. Subiu a uma carruagem, ergueu os braços em triunfo e, no segundo seguinte, o choque elétrico atravessou-lhe o corpo. Os camaradas de protesto, os mesmos que minutos antes gritavam palavras de ordem sobre solidariedade e justiça, recuaram. Uns fugiram, outros filmaram.

Gentalha

Um bando de provocadores que nunca se preocuparam com as vítimas do 7 de Outubro, e não gostam de ser chamados de Hamas. Ai que não somos, ui isto e aquilo, não somos terroristas, não somos maus, somos bonzinhos. Venha a bondade.