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Marcelo: "Não confundo a Palestina com quem desencadeou o ataque"

Presidente da República aludiu às declarações proferidas junto do chefe da missão diplomática da Palestina e garante que separa o grupo terrorista Hamas da população palestiniana.

Marcelo Rebelo de Sousa abordou de novo este sábado a polémica suscitada pelas suas declarações junto do chefe da missão diplomática da Palestina. O Presidente da República disse não perceber "o alarido": "Foi o embaixador quem levantou a questão, não fui eu".

JOSÉ SENA GOULÃO/LUSA

A conversa com Nabil Abuznaid deu-se esta sexta-feira, 3 de novembro, no Bazar Diplomático em Lisboa. Marcelo defendeu que os palestinianos "têm de ser um exemplo de moderação" e que alguém do lado palestiniano tinha começado este agudizar do conflito. Quando confrontado com os quase dez mil mortos em Gaza, Marcelo respondeu: "Sim, eu sei que culpam Israel por isso. Mas desta vez foi alguém do vosso lado que começou. Não deviam."

"O facto de não haver ainda os dois Estados não significa que vocês possam atacar pessoas inocentes do modo como fizeram alguns de vocês", afirmou também o Presidente da República.

Este sábado, Marcelo defendeu as suas declarações ao insistir que "é muito importante a moderação". "O que eu disse faz sentido porque há sinais de que pode haver cessar-fogo se houver um acordo sobre os sequestrados. E portanto eu disse que é muito importante este entendimento e depois disso, neste caso, foi pena que realmente tivesse nascido de um determinado lado."

"Toda a gente atacou e condenou o ataque do Hamas, eu fiz uma coisa muito moderada. Mas depois acrescentei na altura que além do mais, instabilizou a situação num sentido prejudicial a quem tinha uma determinada causa. A causa para Portugal é desde sempre [a solução dos] dois Estados [Palestina e Israel]", salientou.

"Eu não confundo a Palestina com quem desencadeou o ataque. Disse que era um grupo, a Palestina é uma coisa, o grupo é outra. Não houve confusão nenhuma", concluiu o Presidente, ao notar que o divulgar das posições de Portugal sobre o conflito seguem uma ordem institucional do Governo primeiro, até ao Presidente.

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