No quarto dia do confinamento geral para tentar travar a pandemia, o Presidente da República repetiu o apelo ao respeito pelo confinamento e avisou que a pressão sobre o SNS pode atingir todos os doentes.
Marcelo Rebelo de Sousa, Presidente e recandidato, dramatizou hoje, pelo segundo dia consecutivo, o apelo ao respeito pelo confinamento para travar a pandemia do novo coronavírus, que hoje fez um recorde de 167 mortos.
Porque a situação da epidemia de covid-19 "é grave", porque "em democracia quem mais ordena são as pessoas", alertou Marcelo, à margem de uma visita ao Centro Social Paroquial da Azambuja, no distrito de Lisboa, depois de, na véspera, à porta do Hospital de Santa Maria, ter alertado para a situação "muito crítica" nas estruturas de saúde.
Hoje, quarto dia do confinamento geral para tentar travar a epidemia, Marcelo repetiu o apelo e avisou que a pressão sobre o Serviço Nacional de Saúde (SNS) pode atingir todos os doentes, com ou sem covid-19.
O Presidente e recandidato disse que o resultado das medidas adotadas "depende muito dos próprios" portugueses, que "têm de aderir à importância de cumprir as medidas", e que o poder político "não pode substituir-se à decisão das pessoas, em democracia".
No dia em que o Governo endureceu o confinamento geral, Rebelo de Sousa, mais como Presidente do que como candidato, garantiu que apoiaria tais medidas.
Pela esquerda, e apesar de a socialista Ana Gomes já ter apelado a um "esforço de unidade nacional", Marisa Matias, apoiada pelo Bloco de Esquerda, acusou o Presidente da República de ter subestimado as novas vagas da pandemia, considerando que todos os órgãos de soberania têm de assumir as suas responsabilidades.
Com o país a viver um pico na epidemia, o nono dia de campanha ficou marcado pelo último debate, desta vez nas rádios Antena 1, Rádio Renascença e TSF, antes das eleições presidenciais de domingo, que aqueceu com a regionalização.
Contrário à criação das regiões, Marcelo admitiu, porém, que não se oporia a uma nova consulta popular e nem tem poderes para se opor a uma revisão constitucional que altere o regime do referendo.
De um lado, a favor das regiões, estiveram a socialista Ana Gomes, a bloquista Marisa Matias, o comunista João Gomes e Vitorino Silva, enquanto Mayan Gonçalves, apoiado pela Iniciativa Liberal, destoou de tom, afirmando que este é um debate "acessório".
No debate radiofónico de hoje não participou um candidato, André Ventura, do Chega, que, no domingo à noite participou num jantar-comício num restaurante com cerca de 170 pessoas, em Braga, onde os apoiantes da candidatura hostilizaram os jornalistas, com insultos e ameaças. Hoje, Ventura demarcou-se dos atos dos seus apoiantes.
No discurso político, o líder do Chega acusou Marcelo de cobardia por preferir a extrema-esquerda aos partidos de direita, numa referência ao facto de o candidato apoiado pelo PSD e CDS ter assumido hoje, no debate, que exigirá um acordo por escrito se se proporcionar um futuro Governo ou acordo de incidência parlamentar com a participação do partido.
À margem do debate, o candidato João Ferreira também apontou a Marcelo para dizer, durante uma ação na Escola Secundária Artística António Arroio, em Lisboa, que "houve afetos mal distribuídos" pelo Presidente dos afetos e que o chefe de Estado "falhou" no reconhecimento dos professores.
Um dia depois do voto antecipado em mobilidade, para que se inscreveram 246 mil pessoas, e das imagens de grandes filas de eleitores à espera para votar, o PSD criticou as "falhas injustificáveis" e "excesso de exposição ao contágio" durante o dia, atacando a maneira "amadora e desleixada" como o processo foi conduzido.
Uma opinião diametralmente oposta à do ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, que no domingo votou no Barreiro, distrito de Setúbal, e considerou que o processo correu bem, comparando "o entusiasmo" dos eleitores "à alegria do voto nas primeiras eleições democráticas".
Marcelo dramatiza confinamento em dia recorde de mortos covid-19
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