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Marcelo: "É preciso cuidar dos que estão a ficar para trás"

Diogo Barreto
Diogo Barreto 10 de junho de 2025 às 12:18
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No seu último discurso do 10 de junho enquanto Presidente da República, Marcelo discursou contra a ideia de haver "um português puro" e lembrou o passado esclavagista e migratório.

No seu último discurso como Presidente da República em exercício, Marcelo Rebelo de Sousa começou por lembrar Lagos como ponto fulcral para a migração e para o expansionismo marítimo. "Aqui somos chamados a recordar, a recriar e a agradecer", disse o chefe de Estado, não deixando de lembrar que em Lagos chegou a funcionar um mercado de escravos, como anteriormente havia feito a escritora Lídia Jorge.

Com uma mensagem de unidade, Marcelo afirmou: "Somos portugueses porque somos universais e universais porque somos portugueses". E sublinha ainda que "não há quem possa dizer que é mais puro e mais português do que qualquer outro", afirmando que a nacionalidade nacional é marcada por uma mistura entre povos, entre "gregos, fenícios, germanos, nórdicos, judeus, africanos, latino-americanos e orientais".

"Portugal não é uma ideia abstrata, não é apenas uma paixão, um amor sem conteúdo. É uma historia, é um passado, é um presente, é um futuro, mas é um povo, gente de carne e osso, com alegrias e tristezas, com júbilos e com dores, com euforias e sacrifícios. Isto é Portugal: os portugueses e as portuguesas", disse ainda Marcelo, antes de condecorar Ramalho Eanes com "o primeiro grande colar da ordem militar de Avis". Lembrou Eanes como "combatente em África, capitão de Abril, chefe do Estado-Maior e primeiro Presidente da República em democracia".

No discurso Marcelo deixou ainda uma palavra contra a pobreza, apelando a uma atenção especial para os mais necessitados: "É preciso cuidar dos que ficaram ou estão a ficar para trás, entre dois e três milhões, sempre, regime após regime", disse, considerando que serão sempre demais.

JOSÉ SENA GOULÃO/LUSA

O chefe de Estado e comandante supremo das Forças Armadas apelou também a que se cuide dos emigrantes portugueses, "compatriotas que todos os dias criam Portugal por todo o mundo", e "do mar, dos oceanos".

"[Há que] cuidar da fraternidade com os povos e os estados que como nós falam português e fazem do português uma grande língua mundial. Cuidar da nossa pertença na Europa, unida, aberta, que acredita em valores humanos, de dignidade, respeito pelas pessoas, seus direitos e deveres, sua pluralidade de cultura e de vida", acrescentou.

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