O PCP precisa de todos estes eleitores "para combater a direita" e "para travar o que está em curso", afirmou Paulo Raimundo.
O secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, afiançou este domingo que os resultados das recentes legislativas não mandam o partido abaixo e alertou que a maioria de quem votou na direita vai ser vítima das políticas dessas forças.
ANTONIO COTRIM/LUSA
"Uma parte significativa, se calhar até a maioria, daqueles que, por esta ou por aquela razão, deram o seu voto à direita nas suas diferentes expressões serão também as principais vítimas das opções políticas da direita", argumentou o líder comunista, ao discursar em Baleizão, no concelho de Beja.
O PCP precisa de todos estes eleitores "para combater a direita" e "para travar o que está em curso", acrescentou.
Paulo Raimundo intervinha no final das cerimónias promovidas pelo PCP para homenagear Catarina Eufémia e assinalar o 71.º aniversário do assassinato da trabalhadora rural desta aldeia do concelho de Beja 'às mãos' do Estado Novo.
Em declarações aos jornalistas, após o comício, realizado sob um sol escaldante, mas com muitos militantes e simpatizantes comunistas, o líder do PCP não evitou a análise aos resultados eleitorais das legislativas de há uma semana.
No círculo eleitoral de Beja, o Chega foi a força política mais votada e venceu em oito concelhos -- no ano passado o PS tinha vencido nos 14 concelhos do distrito -, tendo o partido de André Ventura, o PS e a AD eleito um deputado cada, voltando o PCP a ficar sem parlamentar pela região, tal como em 2024.
Na freguesia de Baleizão, o Chega e a CDU dividiram a liderança como os mais votados, empatando a 143 votos, enquanto, em 2024, tinha sido o PS a vencer.
Paulo Raimundo reconheceu aos jornalistas que, para o PCP, "os resultados eleitorais foram os que foram [e] são conhecidos" e que o partido não os subestima.
Mas, ao mesmo tempo, "isso não nos manda abaixo, pelo contrário, ainda nos dá mais convicção de que é preciso um caminho alternativo àquele que está instalado e àquele que está a ser animado por esses que se dizem antissistema, mas [que] são o pior que o sistema tem", destacou.
Já na intervenção, o líder comunista tinha falado no "inimigo" contra o qual havia que resistir e, instado a precisar sobre a quem se referia, Raimundo disse que "estava a falar de todos aqueles que se empenham para que a vida da maioria continue amassada para que uns poucos concentrem os lucros do esforço de todos".
Como exemplo, aludiu que, "há dois dias", foi divulgado que "a banca realiza 13 milhões de euros lucros por dia".
"É concebível uma coisa destas? Então, como é que as pessoas não estão chateadas, indignadas, fartas, desesperadas? Pois claro, isto assim não vai lá", argumentou, refutando, contudo, que a direita seja a solução, porque o que essas forças "querem é que esta situação se aprofunde".
"Estamos cá para resistir e para dar combate" e "os resultados eleitorais não legitimam a política contra a maioria das pessoas, contra os salários, contra as pensões, contra o Serviço Nacional de Saúde, contra a Segurança Social", disse.
Sobre os resultados eleitorais concretamente em Baleizão, Paulo Raimundo lembrou que, há um ano, a CDU ficou em segundo lugar e, agora, ficou em primeiro ex aequo: "Há sempre duas formas de olhar para o copo" e dois caminhos, pois, "ou nos resignamos" ou "vamos para cima deles".
"Ora, nós vamos para cima deles. Para cima deles não quer dizer que seja pela 'a', 'b' ou 'c', para cima da política", disse.
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