A primeira paralisação em 16 anos de existência do Metro do Porto irá prolongar-se até às 6h00 de terça-feira. Em causa estão as reivindicações dos agentes de condução que reclamam a redução da carga laboral, alteração na categoria profissional e mais contratações.
Estações desertas, mais táxis a circular e autocarros cheios é o cenário nesta manhã em Vila Nova de Gaia, um dos pontos mais requisitados para o acesso ao Porto, em dia de greve do metro.
Filipa Barbosa e Carolina Fraga, alunas de Desporto na Universidade do Porto, moram em Gaia e diariamente fazem o percurso de metro, através da Linha Amarela, até à faculdade que fica no polo da Asprela, junto ao Hospital de São João. Hoje vão apanhar táxi e no regresso a mãe de uma das jovens apanha-as depois do trabalho, contam.
"Já sabia da greve e decidi ir de táxi. É um transtorno porque temos passe e com táxi temos de gastar dinheiro, mas a pé não podíamos ir", disse Filipa Barbosa à agência Lusa cerca das 07:30.
Ao lado Carolina vai fazendo contas à vida. Estima que a corrida de táxi custe ente sete e nove euros.
"Felizmente podemos partilhar os custos e logo temos quem nos vá buscar porque é sempre algo que não contamos e nos sai do orçamento habitual", disse junto à parada de táxi do El Corte Inglês, em Vila Nova de Gaia.
Na mesma paragem está José Luís Oliveira, motorista de táxi há 30 anos. Já veio do Porto e tenciona voltar com mais clientes, nota a cidade "muito vazia no que toca a estações, mas com mais carros a circular nas ruas", descreveu.
"Metro sem serviço por motivo de greve. Estação encerrada. Sem serviço comercial" - é o aviso que corre nos ecrãs das estações de metro do Porto.
Em causa uma paralisação inédita pois em 16 anos de existência, esta é a primeira vez que a operação da Metro do Porto para devido a uma greve.
Em causa estão as reivindicações dos agentes de condução que reclamam a redução da carga laboral, alteração na categoria profissional e mais contratações.
A greve Metro do Porto iniciou-se às 00:00 de hoje e vai prolongar-se até às 06:00 de terça-feira, convocada pelo Sindicato dos Maquinistas.
Os condutores pretendem também que lhes seja atribuída a categoria profissional de maquinista.
Maria Auxilia Cardoso, reformada, também sabia da greve do metro, mas ainda assim arriscou porque queria ir ao mercado à baixa do Porto. Às 08:00 horas ainda permanecia na estação João de Deus a decidir se voltava a casa ou ia apanhar o autocarro, transporte que, descreveu, "tem passado cheio à pinha desde muito cedo".
"Os meus filhos avisaram-me da greve e disseram para me manter em casa, mas eu não estou lá bem. Parar é morrer. Queria ir para o Porto. Vou todas as manhãs cedinho com o passe, mas assim não consigo. Pagar táxi, não pago que me leva a reforma toda", disse Maria Cardoso que acabou por embarcar na carreira 903 da Sociedade de Transportes Coletivos do Porto, autocarro que a levará à Boavista, no Porto.
E o autocarro também acabou por ser a alternativa de Luísa Inácio, administrativa, que todos os dias faz o percurso entre Gaia, iniciando na estação de Santo Ovídeo, e o centro do Porto, saindo na estação da Trindade.
Desconhecia a greve e por isso não se acautelou. Teve de telefonar ao chefe a explicar o atraso e embarcou no autocarro "triste", como referiu à Lusa.
"Começar a semana assim deixa-me triste. Eu até percebo que as pessoas lutem pelos seus direitos, mas isto é muito cansativo e desgasta os passageiros", apontou Luísa Inácio.
A rede do Metro do Porto conta com seis linhas, servindo sete concelhos da Área Metropolitana do Porto.
A Metro do Porto refere que 9.000 pessoas podem ser transportadas por hora em cada linha.
Greve no Metro do Porto deixa estações vazias e autocarros cheios
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