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Greve dos motoristas volta a paralisar o País

24 de julho de 2019 às 09:05
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Os sindicatos dos motoristas que entregaram um pré-aviso de greve com início em 12 de agosto reúnem-se esta quarta-feira para planificar os serviços mínimos. Presidente do SIMM garante que esta greve vai afetar desde os supermercados à indústria.

Os sindicatos dos motoristas entregaram um pré-aviso de greve com início em 12 de agosto que propõe serviços mínimos de 25% em todo o território nacional. O Sindicato Independente dos Motoristas de Mercadorias (SIMM) ameaça consequências mais graves para a greve que as sentidas em abril, desde os combustíveis ao abastecimento de supermercados, à indústria e serviços.

O SIMM, em carta aberta enviada às redações esta segunda-feira, avisou que, além dos combustíveis, a próxima greve vai afetar também o abastecimento às grandes superfícies, à indústria e serviços, podendo "faltar alimentos e outros bens nos supermercados".

"Uma vez que são dois sindicatos a convocar a greve, será abrangida toda a tipologia de transportes e todos os tipos de mercadorias podem ser afetadas, desde o abastecimento aos supermercados, bens, serviços, até ao abastecimento à indústria", disse ao i o presidente do SIMM, Anacleto Rodrigues. 

De acordo com o pré-aviso de greve a que a Lusa teve acesso, a proposta de serviços mínimos a assegurar "tem por referência 25% dos trabalhadores" em cada empresa que preste abastecimento de combustíveis, por exemplo, a "portos, aeroportos e postos de abastecimento das empresas que têm por objeto a prestação de serviço público de transporte de passageiros, rodoviários, ferroviários e fluviais", bem como a "estruturas residenciais para pessoas idosas, centros de acolhimento residencial para crianças e jovens, estabelecimentos de ensino, IPSS e Santas Casas da Misericórdia".

Já no caso do "abastecimento de combustíveis e matérias perigosas a hospitais, centros de saúde, clínicas de hemodiálise e outras estruturas de prestação de cuidados de saúde inadiáveis, estabelecimentos prisionais, bases aéreas, serviços de proteção civil, bombeiros, forças de segurança e unidades autónomas de gaseificação", os sindicatos propõem que estes serviços sejam assegurados na totalidade, "nas mesmas condições em que devem assegurar em dias úteis, de feriado e/ou descanso semanal".

Na greve iniciada em 15 de abril, o Governo estipulou a garantia dos serviços mínimos com 40% dos trabalhadores em funções, mas apenas para Lisboa e Porto. 

Posteriormente, o Governo acabou por decretar uma requisição civil e, depois, a convidar as partes a sentarem-se à mesa de negociações.

A elevada adesão à greve de três dias surpreendeu todos, incluindo o próprio sindicato, e deixou sem combustível grande parte dos postos de abastecimento do país.

Na segunda-feira, o SIMM ameaçou consequências mais graves para a greve que começa em 12 de agosto do que as sentidas em abril, através de uma carta aberta enviada às redações.

A indústria, alertou o SIMM, "vai sofrer graves perdas e grandes exportadoras como a Autoeuropa correm o risco de parar a laboração".

Os representantes dos motoristas pretendem um acordo para aumentos graduais no salário-base até 2022: 700 euros em janeiro de 2020, 800 euros em janeiro de 2021 e 900 euros em janeiro de 2022, o que com os prémios suplementares que estão indexados ao salário-base, daria 1.400 euros em janeiro de 2020, 1.550 euros em janeiro de 2021 e 1.715 euros em janeiro de 2022.

Estes sindicatos acusam a Associação Nacional de Transportes Públicos Rodoviários de Mercadorias (ANTRAM) de já ter aceite este acordo e de agora estar a voltar atrás na decisão, o que a ANTRAM desmente.

Segundo fonte sindical, existem em Portugal cerca de 50.000 motoristas de veículos pesados de mercadorias, 900 dos quais a transportar mercadorias perigosas. Esta quarta-feira, os sindicatos reúnem-se na Direção-Geral do Emprego e das Relações de Trabalho (DGERT) para planificar os serviços mínimos. 

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