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Greve dos motoristas: 71 camiões saíram de Aveiras para cumprir serviço

14 de agosto de 2019 às 12:10
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Apesar do aviso do porta-voz dos motoristas de matérias perigosas de que ninguém ia "fazer absolutamente nada hoje", os motoristas conduziram entre as 06h00 e as 10h00 pelo menos 71 camiões-cisterna.

Motoristasde empresas conduziram entre as 06h00 e as 10h00 pelo menos 71 camiões-cisterna, apesar do aviso do porta-voz dos motoristas de matérias perigosas de que ninguém ia "fazer absolutamente nada hoje", disse à Lusa fonte governamental.

De acordo com a mesma fonte, partiram de Companhia Logística de Combustíveis (CLC), em Aveiras de Cima em Lisboa, 35 camiões entre as 06:00 e as 08:00, e 36 entre as 08:00 e as 10:00.

Estes camiões-cisterna que saíram estavam a ser conduzidos por motoristas de empresas e sem escolta demilitares, adiantou a mesma fonte.

O porta-voz dos motoristas de matérias perigosas afirmou hoje queos trabalhadores não vão cumprir serviços mínimos nem a requisição civil, em solidariedade para com os colegas que foram notificados por não terem trabalhado na terça-feira.

"Em solidariedade para com os seus colegas [que foram notificados], ninguém vai sair daqui hoje", assegurou Pedro Pardal Henriques esta manhã em Aveiras de Cima, Lisboa.

"Ninguém vai cumprir nem serviços mínimos nem requisição civil, não vão fazer absolutamente nada", sublinhou o também assessor jurídico Sindicato Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP).

O ministro do Ambiente e da Transição Energética, João Pedro Matos Fernandes, disse na terça-feira que 14 trabalhadores não cumpriram a requisição civil decretada pelo Governo na greve dos motoristas.

O ministro informou também que a 11 desses trabalhadores "já foi feita a devida notificação", referindo que primeiro é feita a "notificação do incumprimento e depois é que há a notificação de estarem a cometer um crime de desobediência".

Os motoristas de matérias perigosas e de mercadorias cumprem hoje o terceiro dia de uma greve por tempo indeterminado, que levou o Governo a decretar uma requisição civil na segunda-feira à tarde, alegando incumprimento dos serviços mínimos.

Portugal está, desde sábado e até às 23:59 de 21 de agosto, em situação de crise energética, decretada pelo Governo devido a esta paralisação, o que permitiu a constituição de uma Rede de Emergência de Postos de Abastecimento (REPA), com 54 postos prioritários e 320 de acesso público.

A greve foi convocada pelo SNMMP e pelo Sindicato Independente dos Motoristas de Mercadorias (SIMM), com o objetivo de reivindicar junto da Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias (Antram) o cumprimento do acordo assinado em maio, que prevê uma progressão salarial.

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